fevereiro 15, 2012

Um Lugar Chamado Notting Hill Review

"Eu sou apenas uma garota, parada em frente a um garoto, pedindo a ele que a ame" 
(I'm also just a girl standing in front of a boy asking him to love her)
Anna Scott

Vocês já conhecem a fórmula. Garoto encontra Garota. Garoto se apaixona pela Garota. Ela por ele. Mas as coisas se complicam, pois sempre precisamos de um obstáculo para que o enredo não pareça muito irreal (?!).

Para fazer deste conto de fadas mais moderno, imaginemos que nosso Garoto é apenas um cara comum (de lindos olhos azuis) e nossa Garota é uma mega-hiper-ultra-e-todos-os-outros-superlativos estrela de Hollywood e o encontro fatídico acontece no charmoso bairro de Notting Hill, Inglaterra, Reino Unido. Conseguiu? Ainda bem, acabamos de resumir este filme.

Nosso cara comum, além de ser inglês, se chama William Thacker (Hugh Grant, ainda no tempo do rostinho jovial), mora com um amigo maluco (Rhys Ifans) e é dono de uma livraria, cujo forte são os guias de viagem. Um dia, entra em sua loja Anna Scott (Julia Roberts, na versão morena cabelo castanho médio) uma atriz famosa que está na Inglaterra promovendo seu mais recente filme. Essa provavelmente seria a primeira e última vez que os dois se veriam, se minutos depois William não esbarrasse literalmente em Anna derramando suco em sua blusa.

Com um pouco de insistência Anna aceita a oferta de trocar de roupa na casa de William, que fica a poucos metros de onde eles estavam (a hoje famosa casa da porta azul que se não me engano nem é azul) e acabam trocando um beijo.

Depois disso, o enredo começa a se desenvolver no lugar-comum das comédias românticas. É claro que além do ‘voltam a se encontrar’ (a cena da entrevista tosca), ‘saem juntos’ (numa festa de aniversário em família, a dele claro), ‘passam por alguma situação embaraçosa/constrangedora’ (o jantar no restaurante) eles terão que lidar com o fato de que Anna é uma atriz famosa, e com a fama vêm também a língua ferina dos tablóides, os incansáveis paparazzi, opiniões ofensivas e a interminável agenda de compromissos.

Basta ver a sequência que começa com Anna aparecendo buscando refúgio na casa de William depois que fotos comprometedoras de seu inicio de carreira vazam na mídia e termina com ela saindo completamente irritada depois que metade dos paparazzi de Londres, diga-se de passagem o pior dos piores, aparecem na porta da casa dele e tiram fotos de ambos em trajes que são um prato cheio para alimentar o fogo no qual ela já estava sendo queimada, é um bom exemplo do que eu havia escrito antes.

meu nariz não me deixa mentir

O que falar então da cena do bolinho? – que por sinal foi cortada pela metade na última vez que passou na Sessão da Tarde (de novo?!). Para quem não lembra ou não viu por inteiro *cofmalditaglobocof*, eles disputam o último bolinho (que tenho quase certeza, é um brownie) como prêmio para quem provar que tem a vida mais miserável e Anna Scott faz uma declaração de como a vida de uma celebridade não é sempre o mundo perfeito e glamoroso que pensamos. Sei.

Roberts parece que representa a si mesma de tão natural que sua reação parece quando se encontra em situações que poderia ser considerada rotina para ela, não somente nessa cena (é notória sua antipatia com a imprensa, até hoje), mas em boa parte do filme – e se não for isso, ela está graciosamente interpretando, como sempre faz. E apesar da minha adoração completa por Hugh Grant em "filmes de mulherzinha", sempre considerei que ele fez escolhas fáceis ao longo de sua carreira ao tomar papéis que acabaram se tornando uma marca sua e pouco o desafiaram criativamente. Mas que ele os executa adoravelmente, sim, é verdade. Quem nunca se derreteu por seus olhos azuis não pode se considerar uma verdadeira fangirl.

É bem verdade que Notting Hill tornou-se este filme adorável por uma soma de fatores além da sorte e do nome de Roberts estampado. Ele foi lançado na época em que o cinema britânico, depois de um longo tempo de abandono e falta de novidades decentes, começava a tomar gás. O filme é também um herdeiro direto de Quatro Casamentos e um Funeral (Four Weedings and a Funeral) - dividem o mesmo roteirista e produtor. E se não fossem os coadjuvantes deste filme, talvez Hugh Grant não parecesse tão adorável. O que é aquele colega dele? E a irmã?

O plano, que parece, mas não é sequência, da mudança das estações (ou para você que sabe do que estou falando, apenas mais um dia de março) ao som de Ain’t no Sunshine também ajudou bastante. O final é bem brega, mas acaba seguindo o clima do filme. Não posso ir embora sem dizer que o tom pitoresco de Notting Hill, o bairro, fez grande diferença. Ele não teria o mesmo charme descompromissado se tivesse se passado, por exemplo, em Nova Iorque. Ou Los Angeles. Quem sabe no máximo São Francisco (com direito a cena no bondinho).

As músicas também são um toque a parte e se você não ficar cantarolando “Sheeeeeee, maybe the face I can’t forget...” ou Ronan Keating (olha, é o cara do Boyzone!) é porque você não pegou o espírito da coisa, aliás a coisa –neé musica-chiclete- não pegou seu espírito. Eu só gostaria de saber se a história daquele banco da praça era de verdade ou não.

Para June que amava este jardim. De Joseph que sempre sentou ao lado dela

REFERÊNCIA CRUZADA


Em determinada cena, Anna Scott percebe um quadro de Marc Chagall (que é na verdade um poster que foi enquadrado) pendurado na casa de William Thacker. A pintura em questão chama-se La Mariée, ou 'A Noiva', de 1950. Posteriormente Anna dá de presente para William o que presume-se ser o original, afinal ela é uma über-famosa-e-todos-os-outros-superlativos atriz de Hollywood.

Este quadro foi na verdade uma reprodução tão fidelíssima do original, que depois de terem que pagar os direitos de imagem ao dono da obra, de uma coleção privada no Japão, e conseguir a aprovação dos órgãos responsáveis (Design and Artists Copyright Society), os produtores do filme tiveram que prometer queimá-la para que ela não acabasse indo parar no mercado negro. (Hum, isso de repente me lembra uma certa Bree Tanner...). Chagall foi escolhido por ser um dos pintores favoritos do roteirista. Esta pintura em particular costuma ser associada a idéias de amor juvenil, perda e saudade. Segundo o próprio roteirista, Richard Curtis, ela "retrata um anseio por algo que está perdido".

PÔSTER


JÚRI FINAL 

- Nota: tipo clipe de boyband - não importa que você tenha decorado cada coisinha, toda vez que passar, você vai parar pra assistir. 
- Soundtrack: música pop chicletinha que é uma delícia no filme, mas no seu player todo dia... Ahhh, não! (#MichaelKyleFeelings).
*P.S.: Se você sonha que um dia desses vai dar de cara com o Johnny Depp no meio da rua e ele vai se apaixonar por você (essa é a minha versão de Notting Hill), não perca as suas esperanças. Peraí! Já que o cenário é londrino vou mudar o ator e colocar Matthew McFayden.

BANCO DE DADOS

*Título Original: Notting Hill
*Ano: 1999
*Estilo: romance, comédia
*Direção: Roger Michell
*Estúdio: Universal Pictures
*Oficial: no IMDb

2 comentários:

  1. opa, entrando pela primeira vez nesse seu blog alternativo kkkkkkkkkkk
    eu realmente gostava desse filme, sério! e pra ser sincero, creio que isso vem do fato de ser um dos primeiros filmes de comédia romantica que assisti na vida... bem, dá um crédito, eu nasci vou em 92, o filme é de 99, não vou lembrar se eu assistia outras comédias romanticas com 3 anos de idade, né? haushaushauhs

    voltando o raciocício, o fato de ser um dos primeiros fez com que essa fórmula batidinha até fosse novidade pra mim, então eu curti bastante a ideia, assisti mais de uma vez, e etc! hahahaha

    mas faz muito tempo que eu não vejo... pra ser sincero, o que mais lembro desse filme no momento é: SHEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE...

    AUSHAUSHAUHSUAHSUA
    bjs! ^^

    http://songsweetsong.blogspot.com/

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    1. Notting Hill é provavelmente um dos filmes bestas/fofos/românticos mais querido pelas pessoas de modo geral. =D

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