julho 03, 2012

Mangá: Summer Wars Review

Mangá é uma arte que parece simples de entender e embarcar, mas na verdade não é bem assim não.... ooops, acho que enfiei o carro na frente dos bois. Antes de mais nada, vamos entender um pouco da criação de Summer Wars. Este mangá é uma adaptação do filme de mesmo nome que teve grande sucesso no Japão, também lançado no ano de 2009.

Ou seja, a obra original (filme e texto) é de autoria do Hosoda Mamoru, mas a adaptação para as páginas é da Sugimoto Igura. Não posso, nem vou comparar os dois, pois não vi o filme ainda, então vamos nos ater aos livretos.

Koiso Kenji, 17 anos, é praticamente um gênio da matemática de tão bom que é com os números. Durante as suas férias (Summer, sacou?!) ele decide trabalhar fazendo a manutenção de um universo virtual conhecido como OZ, mas acaba mudando de planos depois que sua conhecida (e paixonite platônica) Shinoraha Natsuki pede que ele a acompanhe em uma viagem para o interior, aonde ela vai se encontrar com o resto de sua família para festejar o aniversário de sua avó. O que ele não sabia é que ela pretendia dizer que ele era seu namorado.

Enquanto tenta manter a farsa e agradar a família de Natsuki - o clã Jinouchi - Kenji recebe uma mensagem em seu celular para solucionar um estranho código. Outra coisa que ele também não sabe é que quebrando esse código, acesso total (e caos) é dado a um estranho avatar no mundo de OZ (tipo o Second Life sabe?) e pode não parecer, mas toda a confusão causada no mundo virtual começa a se espalhar no mundo real.

A história vai e volta entre os eventos do mundo real e os do mundo virtual, enquanto desdobramentos ocorrem lá e cá e basicamente todos os personagens tem uma participação importante no resultado final.

Há um foco legal entre o relacionamento de Kenji e Natsuki, além do entrosamento entre os personagens e do fato de quase todos terem uma motivação pessoal para agirem. Dessa forma a história não pareceu ter pontos soltos e mesmo para um mangá de apenas 3 volumes, alguns arcos da narrativa são bem executados.


Para mim, a alma desta história é a relação entre a matriarca da família Jinouchi, a vovó Sakae, e Wabisuke, o filho pródigo/ovelha negra. O amor entre eles, mesmo sem os laços genéticos, além de muito bonito tornou-se a pedra fundamental para o estabelecimento de todos os conflitos e com certeza resume Summer Wars na minha cabeça.

É claro, para aqueles que curtem ficção científica, há também toda  ação que acontece em OZ, embora eu ache que essa parte deva ficar melhor mesmo no filme mais pela ideia que faço dos efeitos, do que por qualquer outra coisa.

Falando em efeitos e gráficos, outra parte bem legal de Summer Wars é o desenho. Concordo com Hosoda (o autor) quando ele diz que os traços de Sugimoto “são sensíveis e charmosos”. Gosto dele por ficar naquele meio termo entre mostrar a figura de um modo real, mas sem perder a essência de ser um desenho, será que alguém entende o que quero dizer?


Particularmente tenho preferência pela figura da Natsuki. Super fofa.

O único problema do enredo é o tempo que leva para que você realmente comece a se interessar por ele. O inicio é meio arrastado e o primeiro volume inteiro chega a ser um pouco entediante, mas depois parece que ‘pega no tranco’.

Não sei se há alguma classificação oficial, mas a meu ver não há como dizer se ele é shounen, shoujo ou qualquer outra coisa. Summer Wars faz na verdade uma das melhores mesclas de tendências e conteúdos sem que todas essas peças pareçam fora do lugar ou forçadas. É simplesmente um texto que flui e agrada.

Ah, outro detalhe tão pequenininho que eu quase ia esquecendo. O apoio que Hosoda mostrou ao escrever mensagens especiais nas páginas extras do mangá, são bem legais, ainda mais quando ele próprio deixou claro que não se sentia ofendido ou algo do gênero por ela ter mudado um pouco algumas dinâmicas da história e também as formas do desenho.

Sabe como é, tem sempre alguém que fica ofendido quando qualquer coisa é adaptada, e lá pelas tantas, desvios do material são feitos, mas vale sempre lembrar, cada mídia tem um público e é à eles que a adaptação se volta.

BÔNUS


Depois do enorme sucesso que ambos (filme e mangá) fizeram, a editora que publicou o mangá no Japão, a Kadokawa Shoten (株式会社角川書店), resolveu lançar uma antologia oficial, a Summer Wars Official Comic Anthology (サマーウォーズ 公式コミックアンソロジー) – um putz nome gigante para um spin-off, que nada mais é do que uma coletânea de histórias curtas do universo SW.

Nesse trabalho cada conto é produzido por outros nomes do universo dos mangás, desde os mais conhecidos, como CLAMP (jura que você nunca ouviu falar?), até os de menos expressão. Parece bem legal, não é?

Infelizmente a JBC, que publicou Summer Wars por aqui, ainda não mostrou nenhuma pretensão em trazer o spin-off, portanto estamos dependendo dos scans de internet, hehe.

EDIÇÕES

Li este mangá pela edição brasileira e gostei bastante. Não sei se é porque não sou muito exigente, mas realmente, não tenho nada a reclamar.




JÚRI FINAL 

- Enredo: Muito bom, só demora um pouquinho de nada para engrenar... 
- Arte: Ótima. Fofinha na medida certa e não nos deixa confundir personagens.
*Média: 3/9 – 3 volumes por 9 picos de ânsia, surpresa e fofura.

BANCO DE DADOS

*Título Original: サマーウォーズ 
*Nomes Alternativos: Summer Wars
*Roteiro: Hosoda Mamoru
*Arte: Sugimoto Iqura
*Editora: Kadokawa Shoten (JP), JBC (BR) 
*Estilo: comédia, romance, sci-fi,
*Volumes: 3
*Ano: 2009

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