novembro 30, 2012

Cat Street: Episódio 6 (Final)

Existe algo de agridoce a respeito do amadurecimento, seja ele tardio e necessário. Principalmente quando ainda somos tão jovens em vida e a pouco aprendemos o valor das coisas e das pessoas. Para Keito, esse é o momento no qual ela finalmente aprende a se reconciliar com o passado e dessa forma trilha um novo caminho para si, tendo finalmente percebido que é forte o suficiente para tentar.

RECAP – Episódio 6: 涙の卒業式 (Uma formatura cheia de lágrimas)

Keito continua presa no mesmo lugar que foi deixada no episódio anterior. Maasa lhe entrega comida, mas ela rejeita, questionando seus motivos para mantê-la presa e ele lhe diz que tem uma divida de gratidão muito grande com Nako.


Enquanto isso Koichi recebe uma ligação pouco antes de entrar em sua reunião. De repente os três amigos mais o diretor correm pela escola à procura de Keito. E no set de filmagem o clima é dos piores; todos estão esperando que ela chegue para começarem as filmagens, mas tanto o elenco quanto a equipe estão bem aborrecidos e o diretor decide começar assim mesmo.


De volta ao cativeiro Keito pergunta à Nako, através da porta, porque ela está fazendo isso. Ela diz que durante o tempo em que trabalharam juntas, apesar de sempre se esforçar e tentar ser a melhor, todos acabavam dizendo que Keito era incrível, então ver Keito se reerguer dessa forma era uma ameaça direta a ela, que passou os últimos sete anos a odiando. Ahhh, então aquele episódio era sobre isso...


Keito parece compreender o sentimento de Nako e afirma que assim como ela, também esteve se esforçando, mas em outro lugar, num "universo" escuro e difícil, onde ele acabou por encontrar outras pessoas com a mesma dificuldade e um deles lhe disse algo que a fez perceber que ela precisava era lutar contra si própria.

Tendo escutado tudo isso Massa pede que Nako libere Keito e como ela não faz nada e continua chorando sem parar, ele mesmo a liberta e ainda diz que a levará até o lugar correto das filmagens.


Logo que chega à locação, todos estão ocupados guardando o equipamento e ela encontra o diretor, a quem pede uma nova chance e promete se esforçar para recuperar a confiança de todos.

Na volta para casa Momiji e Gouta estão à espera da amiga, preocupados, pois souberam que ela não compareceu às filmagens e Maasa ligou dizendo o que havia feito. Até mesmo Koichi estava preocupado. Ela então resolve visitá-lo pensando que ele perdera sua apresentação por causa dela.


Durante a visita ele diz que encontrou um defeito no software e por isso não foi a reunião. Ela então resolve que vai cozinhar, mas ele pede que, por favor, ela não lave o arroz com detergente. LOL.

Enquanto cozinha ela canta e dança a música tema de Sunny sem perceber que ele a observa. Tão fofo. No meio de uma pirueta ela o vê e pára de susto ao que ele pergunta “o que vem depois disso?”. Ela mostra a sequencia da coreografia só para ouvi-lo dizer “não na dança, no curry”. PFTTTT.


Como ele resolve terminar o prato ela volta para a sala e senta ao computador no exato momento em que uma nova mensagem chega. O conteúdo deixa Keito tão arrasada que ela vai embora com pressa, certa de que seu coração irá doer. Hum. Ok, quem mandou ler o que não devia?!

No dia seguinte na escola, Keito observa Momiji e Gouta agindo como um casal de namorados e lhes pergunta se eles estão juntos; o que faz os dois negarem na mesma hora. Sutil. Ela pergunta aos dois se comprar bolsas e passear (informações que ela tirou do e-mail que Koichi recebeu) são programas de casais o que deixa a amiga desconfiada e ela meio que acerta que Keito está se referindo à Koichi.


Enquando Keito vai para as filmagens, Momiji vai até o apartamento de Koichi lhe perguntar diretamente se ele está ou não namorando. Ele não responde. Adivinhando seu ponto fraco, ela diz que Keito está no set naquele momento ansiosa e com medo, esperando receber apoio e afeto de alguém... Hahaha – amo a Momiji, sério. Ela é leal feito um cão.


Vemos a ultima cena do dia ser filmada e o diretor até faz um elogio para Keito que sorri feliz. E parece que a conversa de Momiji deu resultado já que Koichi corre feito um louco e aparece junto ao grupo de pessoas que assistem a essa mesma parte da gravação.


Ele a acompanha na volta para casa. Eles conversam tranquilamente durante um tempo até que um clima estranho surge. Koichi trata de colocar em pratos limpos a história do e-mail: ele teve um encontro virtual, o que faz Keito sorrir de alívio logo em seguida. Ele a leva até em casa o que faz todos se assustarem ao verem a garota acompanhada de um rapaz. Para surpresa geral (eu inclusa) Koichi diz que também vai à escola livre, e aliás, só para constar, está namorando Keito. Um minutinho para a reação da garota com direito a legenda e tudo:


Sessão constrangimento.


Keito corre atrás dele logo depois lhe dizendo que não é bom mentir, afinal, eles nem sequer estão namorando. O rapaz absorve a informação com a reação de vergonha/arrependimento/surpresa/derrota perfeita para um fora desses, para logo em seguinte ouvi-la dizer “vamos começar a namorar a partir de agora”. Que sacanagem!

Eles selam o acordo de serem namorados com um aperto de mão, mas como isso é muito sem graça, ele a abraça como manda o figurino.

Próxima cena: Duelo de B-boys. Gouta e outros rapazes se enfrentam e no final, ele ganha o concurso e acaba passando um mal bocado na hora de agradecer. Antes que as pessoas possam fazer algo de mal Momiji faz um discurso (vergonha-alheia) de apoio ao namorado e todos aplaudem, o que dá a Gouta a confiança que ele precisa para agradecer, sem gaguejar nenhuma vez sequer.


Depois disso, todos vão até o diretor entregar o dinheiro que conseguiram arrecadar. Mas ao invés de ficar com o dinheiro ele devolve aos alunos como parte da cerimônia de formatura deles. Ninguém parece entender o que ele está fazendo, então o diretor fala abertamente a todos sobre seu filho que morreu depois de ser agredido pelos garotos que o molestavam na escola e que lhe deu a inspiração para fundar a El Liston e dessa forma tentar salvar pelo menos uma criança de ter o mesmo destino trágico de seu filho.


Ele diz que continuará ajudando quem puder, num espaço menor é claro, mas o mais importante é que eles agora não precisam mais da escola livre, pois já são capazes de lutar "com sua própria determinação e força". É uma cena singela e cheia de significado.


Os amigos então vão embora de mãos dadas, e ao fundo Keito narra:
Naquele dia nós nos formamos. Mesmo assim, nosso caminho na vida ainda era longo. Poderíamos nos perder no nosso caminho. E nesses momentos, tudo o que temos a fazer é pegar gentilmente a mão do amigo que está ao nosso lado. Sua mão quente certamente estará ali.

♪Planetarium – Ikimono-Gakari♫ 

Os créditos passam enquanto vemos todos os personagens importantes na vida de Keito sentados no teatro à sua espera. Ela surge como uma versão crescida de si mesma e Sunny ao mesmo tempo. Sua versão criança está ao seu lado. As duas seguram a mão uma da outra enquanto pétalas de sakura caem. A Keito criança desaparece deixando que a Keito crescida brilhe.


COMENTÁRIOS
 
Eu disse que havia algo de agridoce no amadurecimento, mas não expliquei o quê, e no fundo acredito que nem possa. A verdade é que esse é um processo no qual nunca saímos ganhando cem por cento.

Há sempre algo que desejamos ter feito, ter feito diferente ou simplesmente não ter feito, assim como há outras que desejamos de todo o coração que nunca tivéssemos de enfrentar, mas não enfrentá-las nunca é a opção mais coerente se de fato queremos vencer. Ignorar um obstáculo não o elimina, somente vencendo o obstáculo somos capazes de seguir em frente e desfrutar das oportunidades que a juventude nos oferece. 

Amor, amizade, paixões, confiança e tudo o mais que pudermos imaginar e nos esforçamos para conseguir. Ver Keito amadurecer, me faz lembrar com saudade dos momentos nos quais me descobri vivendo situações, que apesar de se diferirem no formato, eram exatamente as mesmas.

Um coração partido, um momento de dúvida, uma conquista. Tudo isso é comum a nós e por isso é tão fácil nos relacionarmos com esse dorama. E assim como a vida ele (nesse episódio principalmente) veio repleto de situações embaraçosas, desesperadoras, tolas, cômicas, absurdas e cheias de sabedoria. Pude rir, me aborrecer, exasperar, (quase) chorar e até mesmo ficar com vergonha.


E de tudo o que Cat Street possa produzir, ou querer dizer, acho que o mais importante é a meta, quase irônica dele. A história parte da ideia de uma jovem que abandona a si mesma na escuridão e na dor, se afunda nelas para ser mais precisa, e vai aos pouco vindo à superfície e descobrindo a si mesma no caminho. Isso é amadurecer. E isso é vida – é viver.

Para um drama que tem uma personagem central entorpecida na dor e no limbo, ter uma trama que respira a vida em cada segundo é certamente brilhante, ou pelo menos não intencionalmente brilhante, mas não menos singelo.


E como se não bastasse, toda cena tem uma mensagem única a despeito do que pretende mostrar.

De um modo geral Cat Street tem poucas falhas, a maior parte de ritmo e um pouco de exagero de alguns atores, mas nada que possa ferir a bela imagem que criaram. Talvez o maior acerto tenha sido o número reduzido de episódios, permitindo assim uma dosagem saudável dos momentos que poderiam muito bem desbancar para o melodrama completo, ou pelo menos de situações que em uma versão maior teriam sido estendidas até o limite do suportável.

O quarteto central se relacionou muito bem e transmitiu na medida certa essa sensação única de encontrar para si um apoio que vem de fora do círculo familiar, que depende apenas de você mesmo como indivíduo, como um ser humano capaz de encontrar no outro uma ligação que vai além do sangue e da conveniência. Que cresce, se multiplica e dura se tivermos a dedicação de cultivar esses novos laços.


E se existe algo que eu ame na ficção mais do que ela por si só, é quando a mesma descobre como imitar a realidade sem deixar de ser pura fantasia. 

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