dezembro 03, 2012

Cat Street Review

Viver não é nada fácil. Se alguém disser o contrário estará mentindo. Todos os dias nos vemos lidando com diversas situações, boas e ruins e nosso modo de lidar com cada uma delas muda, porque somos diferentes. Reagimos diferentes. Alguns de nós, infelizmente, não têm... como posso dizer? Alguns de nós não sabem quais armas usar para passar por determinados obstáculos e assim acabam sendo barrados por eles.

Cat Street é sobre essas pessoas. E assim como elas, é um dorama delicado e cheio de relevos. Aoyama Keito (Tanimura Mitsuki) é uma jovem depressiva. Ela vive enfurnada em seu quarto e pouco sai de casa ou convive com as pessoas de sua família. Um dia ela é convidada pelo diretor de uma escola à frequentar as aulas de sua instituição; a El Liston. Essa escola é na verdade um reduto para jovens que sofreram bullying, que gostariam de continuar estudando ou simplesmente querem um lugar para ficar. Eles a chamam de escola livre.


Keito demora a se decidir se quer mesmo participar da escola, mas sem perceber ela vai se apegando às pessoas que conhece no lugar e até mesmo à própria escola. E quando isso acontece, a vida de Keito muda. Ela não só se depara com seus antigos obstáculos, mas também com novas situações.

Assistir à Cat Street é mais do que assistir à Keito vir à vida novamente; é descobrir junto com ela como e o que é crescer. A premissa é bem simples, mas acredito que a forma de abordagem do assunto é o que realmente dá nesse resultado. Nós encontramos tantos lugares-comuns: lidar com conflitos familiares, depressão, fazer e manter amizades, se empenhar, ter um coração partido, etc, que num primeiro momento, você leitor (e espectador) pode pensar que já viu tudo isso em algum lugar. E provavelmente já viu. Em si mesmo, nos seus amigos, na sua família, ao seu redor. Os pedaços da vida são o que mais ilumina o universo pesado de Cat Street.


É bem verdade que ele é bem curtinho e provavelmente muito do mangá no qual é baseado pode ter sido suprimido ou modificado e ainda sim fico pensando em como foi bem executado. Em nenhum momento parece como se o dorama corresse com o andamento, cada reviravolta vem no momento certo e tem sua solução – daquelas aceitáveis; nada de lobotomias, personagens perdendo memória, doenças terminais ou incesto.

O ponto fraco, no entanto, reside em uma das personagens que mais me deixa apreensiva: a vilã. Não é fácil encontrar vilãs decentes em doramas e por diversas vezes nos deparamos com o mesmo perfil; bonita, ambiciosa, invejosa, sem escrúpulos e cuja motivação para suas maldades reside no simples fato de que ela é a pessoa malvada da história.

Sonoda Nako (Takabe Ai) é a vilãzinha mirim que cresce para ser uma jovem desprezível. O ponto alto do confronto entre ela e Keito, serve apenas para nos mostrar como as suas motivações são fúteis. Talvez a ideia fosse apenas fazer uma comparação entre a amável, doce e talentosa Keito e a invejosa, sem talento e inferiorizada Nako. Ou apenas enfatizar que por mais brilhante que você seja, ou por mais que você vença, poderá não ter tudo aos seus pés. E algumas pessoas farão questão de lhe diminuir só para se sentirem um pouco menos inferiores.


E assim como existem essas, existirão aquelas pessoas que estarão aqui para te ajudar a levantar e lutar. Esses anjos são Suzuki Gota (Kimura Ryo), Noda Momiji (Kurokawa Tomoka) e o menos angelical Mine Koichi (Katsuji Ryo). Eles entram na história como os amigos que Keito faz na escola, mas representam mais do que isso. Superação, Coragem e Realidade poderiam ser boas representações desses personagens.


Mas são os laços criados e cortados durante a história que dão esse tom de "coisa real" para a superação de Keito. 

A CENA


Se tem algo no qual Cat Street é impecável são suas cenas metafóricas. Todas cheias de um significado maior do que os diálogos ou do que as expressões. Não existe, a cena, mas diversas cenas que produzem um eco na vida de Keito e representam muito bem esse vínculo nada saudável que ele tem com seu passado. Em vários momentos Keito reproduz exatamente o mesmo comportamento que teve quando criança, um reflexo ou apenas uma forma de se proteger da dor.


Pois para Keito o crescimento é doloroso. É através dele que ela se vê forçada a encarar as limitações que a prenderam durante anos num mesmo momento, o momento no qual ela desistiu de seguir em frente. E fazê-lo pressupõe força e pressupõe vontade; duas coisas que Keito só descobre que tem quando se deixa viver de verdade.


TRILHA SONORA

Como todo dorama que se preze, Cat Street tem uma trilha sonora original repleta de faixas instrumentais, que dessa vez não funcionaram, pelo menos para mim.

As duas faixas não originais, Planetarium de Ikimono-Gakari e Shigatsu Suichi (四月一日) do Kagrra, são as que realmente produzem alguma reação, pois são bem encaixadas com o roteiro e dão aquele tom elegante e sutil a produção.

A canção do Kagrra, que centraliza o episódio 4, é a que mais define esse bom aproveitamento de mídia.

CONCLUINDO
 
Não é exatamente um dorama viciante; é bem verdade que cada um tem uma maneira diferente de se entregar àquilo que lhe dá prazer.

No meu caso CRÉU na velocidade 3 para Cat Sreet – assisti ao primeiro capítulo 3 vezes antes de me sentir realmente interessada por ele e a média de episódio foi de 1 ao dia, o que faz dele no mínimo “assistível”, se é que essa palavra existe.

É claro, só depois que terminei os seis episódios é que percebi como realmente gostei dele e todas essas lições profundas que tinha a dar. Realmente; viva à Dramaland que ainda consegue me surpreender! 

IMAGENS ALTERNATIVAS



JÚRI FINAL  

- Rir ou Chorar? Chorar, meu bem. Todo episódio tem uma ceninha de rachar o coração. 
- Créditos: Do bom. Mostra as cenas do próximo capítulo e se misturam com imagens do mangá.
- Boy Magia: Katsuji Ryo. Deus, se ele for péssimo, não me permita assistir mais nenhum dorama seu e assim poderei manter na minha mente todas as expressões perfeitas que ele fez na pele do Koichi.
*P.S.: A vida é mesmo tão ruim quanto parece, mas vai de cada um de nós se fingir de cego e aproveitar tudo o que puder e dar o melhor de si. Ganbare galera!

BANCO DE DADOS

*Título Original: キャットストリート
*Nomes Alternativos: Cat Street
*Direção: Sasaki Akimitsu e Fujio Takashi
*Roteiro: Asano Taeko, Shinozaki Eriko e Kamio Yoko 
*Adaptação de Arte Sequencial (Cat Street - Kamio Yoko) 
*Estilo: J. DoramaLive-Action, Coming of Age, Drama, Romance,
*Emissora: NHK 
*Episódios: 6
*Ano: 2008

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