fevereiro 06, 2013

Livro: The Selection Review

"Some of you just saw the pretty girl on the cover of the book and decided to pick it up. However and whenever you found me, thank you for reading my book. I hope it made you all kinds of happy".
(Alguns de vocês viram a linda garota na capa do livro e decidiram levá-lo. Independente de como você me encontrou, obrigada por ler meu livro. Eu espero que ele o tenha feito feliz de todas as formas).
Kiera Cass


Como a própria Kiera Cass imaginou, eu fui uma dessas que viu a garota da capa e pensou: “Que lindo! Eu deveria ler”. Por isso penso que essa foi uma das experiências mais não influenciadas que já tive, isso claro em relação à ficção estrangeira infanto-juvenil que também é série/trilogia/saga. E gostei tanto que nem acredito.

Mas, afinal, que “seleção” é essa?
“Nosso amado Príncipe Maxon Schreave, […] chega à maioridade esse mês. Como ele se aventura nessa nova parte de sua vida, ele espera seguir em frente com uma companheira, casar-se com uma verdadeira filha de Illéa. Se sua elegível filha, irmã, ou tutelada está interessada em possivelmente tornar-se a noiva do Príncipe Maxon e a adorada princesa de Illéa, por favor, preencha o formulário anexado e o devolva ao seu Escritório de Serviço da Província local. Uma mulher de cada província será escolhida ao acaso para conhecer o príncipe”*.
Esse é basicamente o conteúdo que vem na carta convite que todas as moças entre 16 e 20 anos recebem para participaram do maior reality show nacional – aquele que escolherá a próxima rainha do país chamado Illéa, uma vez conhecido como Estados Unidos da América.

America Singer, nossa protagonista, é uma das moças que recebe esta carta. Ela é uma jovem artista (e uma linda ruiva, diga-se de passagem) determinada a viver o resto de sua vida de acordo com as limitações de sua classe social, pois entende os motivos pelos quais os habitantes de Illéa precisam viver dessa forma, mas isso não a impede de ser uma garota com opinião e caráter.
“A ideia de ser inscrita em um concurso, para o país inteiro assistir a esse pequeno maricas metido à besta escolher a mais bela e superficial de um bando delas, para ser o lindo e silencioso rosto parado ao lado dele na TV... é suficiente para me fazer gritar. Pode algo ser mais humilhante?”*
Além de sua opinião contrária a esse tipo de seleção, America tem outro motivo para não querer ser uma das escolhidas. Aspen Leger, lindos olhos verdes e o peso de ser o maior provedor de sua família, sempre encantara America e por meses os dois se encontraram às escondidas já que o rapaz, pertencente à uma classe mais baixa do que a de America (que não é lá muito alta, também) seria considerado um pretendente inadequado para a jovem.

Mas tudo muda quando ela, querendo agradar à sua família, preenche o formulário de inscrição e acaba sendo escolhida como uma das 35 garotas que tentarão conquistar o posto de princesa. A iminente partida da garota torna seu relacionamento com Aspen ainda mais difícil e ele decide terminar tudo em um momento de desespero e confusão. E com o coração partido e a esperança de que permanecendo o suficiente na competição ela ganhará uma boa quantia para ajudar à sua família (as famílias das participantes recebem uma compensação em dinheiro durante o período de participação) America deixa sua cidade natal determinada a fazer seu melhor e esquecer Aspen.

Durante sua participação no reality a garota acaba conquistando a confiança e amizade do jovem Príncipe Maxon, mesmo não estando realmente interessada em se tornar sua esposa. E vai descobrindo aos poucos que ser parte da realeza é muito mais do que ser um bibelô, fazendo uma bela figura pública, ainda mais quando se carrega o futuro de tantas pessoas em uma única decisão.

É verdade que a história parece limitada e previsível, mas de alguma forma consegue ser interessante. Aos acostumados com esse gênero, não é difícil encontrar um enredo similar, porém o que separa cada um desses livros é o universo que se cria dentro de cada um.

Mesmo com o peso do romance proibido com Aspen e do romance que nasce timidamente com Maxon, The Selection também se preocupa em nos mostrar que esses amores, assim como tudo na vida real, não dependem apenas de nossos sentimentos, mas que agregam em si partes de seu mundo, que podem vir para facilitar ou complicar as coisas.

Estar dividida entre dois amores não é fácil, mas é bem simples se você apenas fizer sua escolha de uma vez. Mas fazer essa escolha deixa de ser apenas “vou seguir o meu coração” neste livro. Quando America parece estar começando a se aproximar verdadeiramente de Maxon, Aspen retorna para sua vida como um dos oficiais do palácio onde ela tem permanecido por causa do concurso. Tem como não confundir uma garota desse jeito?

O que me faz defender este livro e principalmente America, é que ela é forte e decidida – nada dessas mocinhas indefesas e tolas que acham que sabem o que querem. Uma presença feminina que apesar de imperfeita, tem valores e sabe ser egoísta quando precisa e não-egoísta quando se deve.
“– Então você o está escolhendo ao invés de mim? - ele perguntou miseravelmente.
– Não, eu não estou escolhendo você ou ele. Eu estou escolhendo à mim.
Essa era a verdade no fundo de tudo. Eu ainda não sabia o que eu queria, e eu não poderia me deixar ser levada pelo que era fácil ou o que alguém pensava que fosse certo. Eu tinha que dar a mim mesma tempo para decidir o que era melhor para mim.”*
Entre as doses de romance, que são sim adoráveis, entremeiam os bastidores agressivos da competição pelo posto de princesa, com direito à todos os ingredientes que já conhecemos; bate-boca, fofocas e trapaças. Não só porque ele evoca muito bem a forma como certas mulheres se comportam em situações de competição, mas também pelas implicações maiores do que "ser Princesa" significa para todas as inscritas.

É incrível como se consegue imaginar perfeitamente como esse programa seria na real – excluindo claro, as similaridades com The Bachelor. Eu assistiria, com certeza.

O uso dos problemas políticos como pano de fundo, incluindo a instabilidade da Monarquia frente à outros territórios, a referências aos rebeldes e outros problemas internos, além das responsabilidades de Maxon como príncipe aqui e ali não me escaparam e sinalizam bem o intuito de Cass em desenvolver melhor esse panorama nos volumes seguintes, o que muito me agrada, pois estaremos elevando as dificuldades pelas quais nossos protagonistas terão de passar – aumentando a tensão e ansiedade pelas escolhas tanto de Maxon quanto de America.
“Estaria eu disposta a tomar parte da responsabilidade que ele tinha como príncipe? Estaria eu disposta a amá-lo?”*
Essas são perguntas que ainda precisam de respostas, mas que vão se criando ao longo deste livro e nos dizem que mesmo "amar" podendo ser entendido como "estar nas nuvens", não se pode esquecer de colocar os pés no chão para dar impulso e subir novamente. De todo modo, uma ótima ficção infanto-juvenil.

*os trechos do livro que seguem são traduções feitas por mim, já que o li em inglês.

CAPA


JÚRI FINAL

- Nota: Julgue o livro pela capa – jeitoso como a modelo, lindo como o vestido e definitivamente promissor.
- Expectativas: Querendo muito o segundo volume da série.
*Trecho do S2: “Eu poderia ser uma Cinco, mas eu não era sem valor. Eu toquei a canção – tão familiar quanto a voz de meu pai ou o cheiro do meu quarto – por uns poucos, breves e bonitos instantes, e então eu a deixei vir para o seu inevitável final. Eu dei ao arco uma ultima deslizada pelas cordas e o levantei no ar”. 

BANCO DE DADOS

*Título Original: The Selection
*Autor: Kiera Cass
*Editora: Harper Teen
*Arte de Capa: Gustavo Marx
*Adaptações: televisiva*
*Estilo: romance, fantasia, ficção, distopia,
*Páginas: 224
*Edição nacional: lançada

*os direitos foram comprados para a adaptação e um piloto produzido, mas nunca deixou de ser apenas um projeto. Uma nova tentativa está sendo sondada.

Imagem: Amazon


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