abril 08, 2013

Nine: Episódio 1

As notícias iniciais desse drama que na verdade se chama Nine: Nine Times Time Travel (나인: 아홉 번의 시간 여행) me chamaram bastante atenção, mas por algum motivo *cofThatWintercof* acabei passando batida pela estreia dele em março. Mas agora vim decidida a lhe dar uma chance e do que vi até agora, acho que fiz bem ao pegar o bonde andando e já vou avisando que quero sentar! Arreda aí vai!

RECAP EPISÓDIO 1

Abrimos com tomadas aéreas do Himalaia. Um homem vem andando pela cordilheira com neve até os joelhos. Ele se desequilibra várias vezes até cair. Morrendo de frio no meio da neve, ele segura o que se parece com uma vareta. Depois de algum tempo, uma sombra surge sobre o homem deitado e a imagem escurece focando em seus olhos.


15 de dezembro de 2012, Pokhara, Nepal – anuncia o drama, no que deve ser algum tempo depois. Dentro de um avião, nosso herói Park Sun Woo (Lee Jin Wook) sofre de uma terrível dor de cabeça e engole uma pílula azul. Seu colega de poltrona comenta que ele deve ter “mal estar de voo” (será que ele se refere à cinetose?) e Park confirma. Porque isso me parece importante?

Ele vem para o lado de fora do aeroporto e é recebido por Joo Min Young (Jo Yoon Hee), que chama por ele – “sunbae”; eles devem trabalhar juntos então – pedindo que se apresse, pois estacionou em lugar proibido. Sorridente ele corre até ela, que continua tagarelando e lhe dá um beijo! *hiperventilando* 4 minutos de programa e já? Estou impressionada.


Sun Woo então aproveita para pedi-la em casamento, mas não do jeito que você espera/imagina. Ele propõe que eles se casem por apenas 6 meses, mas sem oficializar nada e a pressiona para responder ali na hora já que ela não terá outra chance. Ela aceita, meio confusa. O que, vai me dizer que você não ia aceitar? Eu ia.


Dirigindo, Min Young aproveita para dar uma de guia turística, mas logo deixa pra lá perguntando o que Sun Woo foi fazer em Pokhara. Ele diz que tinha razões pessoais, uma delas lhe pedir em casamento, o que a faz frear o carro em surpresa. “Você não estava brincado a respeito do casamento?” ela pergunta.

Ele afirma que não e rebate perguntando se ela não falava sério quando aceitou a proposta. Ela começa a dizer o quão insensato a coisa toda parece, ao que ele afirma ter sido ideia dela o tempo mínimo de 3 meses e máximo de 6.

Flashback. Alguns meses antes, os dois estão tarde da noite trabalhando na central jornalística da emissora CBM. Min Young tenta convencê-lo a sair com ela (por seis meses, depois três), mas ele não gosta da ideia. Ela não entende porque ele a rejeita se ele não tem namorada, está começando a ficar velho e até já a beijou uma vez. Ele prontamente rebate (o que pelo visto é sua marca registrada) que foi ela quem o beijou.


Indignada com a lembrança ela o chama de egoísta e diz que nada disso faz sentido ao que ele simplesmente retira a proposta. Aborrecida, ela sai do carro e se recusa a voltar resmungando sobre sua mãe ter razão sobre ela se meter em confusão se declarando por aí. Ele a alcança dirigindo o carro e pede que ela volte para dentro; se ela não gostou da ideia do casamento eles podem renegociar. Há, eu te daria um cascudo no lugar dela.


Ainda aborrecida ela rebate dizendo “É por isso que você não tem uma namorada”. O detalhe é que ela usa um pronome bem especifico para se referir a “você” – o polêmico tangshin (당신), que dependendo do caso (esse aqui) sugere uma conotação grosseira. Ele não deixa esse deslize passar e ela acaba voltando para o carro, mas ao invés de irem para o hotel eles vão parar na delegacia. Sun Woo se despede dela e segue com o policial que o esperava.

Ele fora contatado, pois uma foto sua fora encontrada junto a um corpo. Ele vê a imagem e confirma que é ele, o que faz da pessoa morta, até aquele momento não identificada, o irmão de Sun Woo. Ao que parece o corpo fora arrastado pela água e sofrera com o tempo e o clima, ele possivelmente morrera em janeiro.


Sun Woo pede para ver as imagens e arquivos da investigação, usando seu status de repórter, já que o policial normalmente não permite isso para os familiares. Ele fica intrigado com a vareta que seu irmão segura na foto e o policial afirma que é um incenso, item comum no Nepal e largamente comprado por turistas. Ele afirma ao repórter que provavelmente seu irmão morreu em um acidente, pois a neve estava forte naquela época e fora encontrada uma grande quantidade de dinheiro com ele.

Já de volta ao hotel com os pertences do irmão que recebeu na delegacia, Sun Woo começa a remexer entre suas coisas. Em um caderno de notas, por exemplo, há varias frases soltas, quase como expressões de incentivo. Ele olha novamente para a Polaroid de seu rosto.

Flashback. Um ano atrás em Seul. Um sorridente Sun Woo entra em uma cafeteria para encontrar seu irmão, Park Jung Woo (Jun Noh Min) que parece ansioso e um pouco distante. A Polaroid em questão é tirada por engano e como os dois irmãos aparecem na foto a jovem lhes oferece a imagem. Jung Woo pede ao irmão para ficar com a foto.

Eles não se viam há tempos e pelo andar da conversa parece que Jung Woo gosta de desaparecer de tempos em tempos. Os dois estão na verdade tendo esse encontro a pedido do hyung, que precisava de dinheiro e pediu a Sun Woo. Ele por sua vez ainda não sabe para que o irmão precisa da quantia e mesmo lhe perguntando várias vezes, Jung Woo se esquiva dizendo que ele está apenas procurando por uma coisa.


Hyung continua dizendo que gostaria de voltar a viver como antes, mas não de um sentido figurado, é mais como se ele estivesse dizendo que gostaria que o agora fosse o antes, sabe? Sun Woo olha para os lados como alguém acostumado e um pouco impaciente com esse tipo de conversa estranha e simplesmente muda de assunto perguntando se o irmão não quer um café.

Ele vai até o balcão fazer o pedido e ao voltar para a mesa com as duas canecas, hyung não está mais lá, apenas um bilhete pedindo desculpas e dizendo que volta logo. GAH, quem foi que contou a esse show que eu tenho um fraco por cenas tristes de irmãos?


De volta ao presente, Sun Woo passa mal e vomita no banheiro. De lá ele escuta Min Young bater na porta. Ela pergunta se ele está bem, tendo acabado de descobrir que seu irmão morreu e é por isso que ele foi até o Nepal. Ele então dispara dizendo que não contou a ninguém porque não queria ter de lidar com o emocional de ninguém no momento, pelo contrário, ele a contatou exatamente por saber que ela começaria a falar um monte de bobagens.

Min Young então faz a sua parte e promete agir normalmente com ele e os dois combinam de ir comer, mas por um segundo Sun Woo não parece bem e pede que ela lhe dê alguns minutos. Escapando de volta para o seu quarto vemos que ele está tendo outra dor de cabeça e mais uma vez ingere outro comprimido. Ok, dores de cabeças excruciantes em drama só podem significar uma coisa: TUMOR CEREBRAL MALIGNO. Aprendam isso crianças.

Já no restaurante, Min Young continua a conversa interrompida dos dois sobre a proposta de casamento, ela questiona os seis meses racionalizando como é possível querer se casar se eles nem sequer namoram. Ele responde que estará muito ocupado para isso. Sei.


Depois ela diz que se ele pensa em terminar tudo tão rápido porque não tomou uma atitude mais cedo. Boa! Ele diz não saber, parecendo sentido ao dizer que se arrepende por isso e quando Min Young e eu estamos prestes a acreditar, ele se vira contra ela e diz que é sua culpa por ser tão sem atrativos. Aish! 

Antes que ela possa ficar realmente ofendida, a repórter avista alguns colegas de trabalho da equipe de reportagem e sai correndo para evitar que eles saibam que os dois estavam juntos. O único problema é que ela deixa para trás sua bolsa e celular que não passam despercebidos pelos colegas, que também percebem que os pertencem são de Min Young e explode a gozação.

Logo a equipe encontra Min Young e ela pega seus pertences e sai correndo. Ela se tranca em seu quarto e liga para Sun Woo que apesar de dar sermão por deixar evidencia para trás, parece ter se divertido. Ela diz que a zoação vai parar e o convida para uma bebida, mas ele recusa dizendo estar cansado e querendo dormir. Eles se despedem e terminam a ligação.


Sun Woo imediatamente deita para dormir, mas acaba se remexendo a noite toda. Acordado ele se pega olhando para a caixa com os pertences do irmão e nota um dos invólucros que estavam lá dentro, jogando no chão. É exatamente o incenso e isqueiro que foram encontrados com o corpo. Ele acende o material, deposita em cima de um objeto da mesa de cabeceira e volta para a cama.

A fumaça vai subindo lentamente o ruído de vento vai aumentando. A próxima coisa que vemos é Sun Woo acordando, neve caindo em seu rosto e ele de repente percebe que está deitado no meio da neve e uma avalanche se aproxima. De repente o rosto dele aparece coberto de flocos de neve, mas ele está novamente deitado em seu quarto. Urgh, pesadelo, certo drama?


A câmera foca no incenso que tendo estado deitado com a parte que queima tocando diretamente o objeto, fez com que a queima do material fosse interrompida.

Alguns dias depois de volta a Seul, encontramos Sun Woo na emissora se preparando para entrar no ar, já que ele é o âncora do jornal da meia-noite. Pouco antes de o noticiário começar ele faz uma rápida ligação para o hospital onde sua mãe está, pedindo a enfermeira que não a deixe assistir ao programa, que por si só é um mistério já que ela parece não reconhecer as pessoas, mas assiste ao noticiário religiosamente. Será que Mãe Park sabe lá o fundo que é seu filho o bonitão na tela?


Sun Woo se prepara para começar, mas é pego de surpresa quando o entrevistado especial da noite (num link direto de Zurique) pede para falar com o jornalista antes. Esse é Presidente Choi (Jung Dong Hwan). Ele troca amenidades com Sun Woo feito velhos conhecidos, mas pela maneira como o jornalista se comporta antes de responder polidamente as amabilidades  dá para perceber que alguém ressente um certo alguém.

A conexão é cortada depois, mas não antes de Presidente Choi levianamente trazer o nome de Jung Woo falando dele como se faz de um adolescente irresponsável. Impressionante como Sun Woo controla a raiva e mantém a cara de paisagem enquanto espera a contagem para o inicio da transmissão.

No último bloco, vem a parte da entrevista e tanto Sun Woo e Presidente Choi seguem o roteiro programado anteriormente (note a mão furiosa do jornalista enquanto o entrevistado fala). Da sala de transmissão vem o aviso para o corte no âncora e o encerramento do programa, mas ao invés de seguir o combinado, Sun Woo ignora o roteiro e começa a fazer perguntas por si mesmo.


E ele não pega leve com Presidente citando informações que transformam o avanço das pesquisas que Presidente Choi comandou em uma grande saia-justa – efeitos colaterais danosos e obtenções e testes ilegais e antiéticos de material, são bons exemplos. Enquanto o jornalista dispara os ocorridos as equipes em Zurique e em Seul entram em polvorosa.

Presidente Choi faz o tipo inocente afirmando não ser de seu conhecimento nenhuma desses dados e ganha em resposta o sorriso mais-sarcástico-ever que nem mesmo William Bonner seria capaz de reproduzir seguido de “Estou impressionado que o senhor não saiba”. Há. FODÁSTICO.

Já no Nepal o clima, embora menos pesado, continua tão embaraçoso quanto com a equipe de reportagem atazanando Min Young e seu romance nada secreto.

Óbvio que o comportamento de Sun Woo rende problemas, começando com o Diretor da CBM tendo que botar panos quentes. Ele parece ter um carinho por Sun Woo e o avisa que estará pegando uma suspensão de 6 meses só para começar. Mas o jornalista o surpreende ao entregar sua carta de demissão.

Diretor Oh (Uhm Hyo Sub) parece mais ofendido do que surpreso e antes que possa dizer alguma coisa, Sun Woo revela que está morrendo de um TUMOR CEREBRAL praticamente INOPERÁVEL. Dãã, eu já sabia. Sem a operação lhe é estimado um ano de vida no máximo, 6 meses estourando para que ele continue a manter uma vida funcional. Viu, agora faz todo sentido aquele pedido de casamento soar feito um contrato de locação.

Sun Woo parece ter abraçado sua condenação muito bem, já que prossegue a conversa dizendo que ficou aliviado em saber que ESTÁ MORRENDO, pois imaginava que assim como sua mãe e seu irmão estaria começando a mostrar sintomas de esquizofrenia. Bem, isso explica muita coisa mesmo, mas ainda quero te dar uns cascudos.

E mais, ele afirma que por causa de Presidente Choi aconteceram coisas horríveis com sua família – irmão foge de casa, mãe enlouquece, pai morre em incêndio. Por isso ele não pode se conter ao ter que parabenizar o homem que destruiu sua família. “Que mundo injusto é esse?” ele questiona. Nem me fale.


O Diretor escuta a tudo atônito e tenta interromper a avalanche de informação, mas Sun Woo tem pressa e lhe pede que o ajude a desmascarar Presidente Choi entregando-lhe um pen-drive contendo um ano de investigação e provas que confirmam todas as acusações públicas que ele acabara de fazer ao vivo no jornal, suficiente para fazê-lo apodrecer na cadeia.

Finalmente o Diretor chega no limite e tenta voltar para a parte onde Sun Woo disse estar morrendo. O jornalista evita entrar em mais detalhes e pede novamente que ele o ajude.

E no Nepal, rumando para o acampamento base lá em cima, Min Young força a equipe a parar um pouco. Ela usa a oportunidade e liga para Sun Woo perguntando seriamente porque ele deseja se envolver com ela somente por seis meses. Ele responde que não deseja se apegar.

Min Young devolve dizendo que essa é a intenção por trás de um namoro e volta a perguntar por que ele diz que não quer isso. E em um momento de honestidade pura (e dramática) ele diz que se for assim quando eles terminarem doerá demais. Isso é que é se literal.


COMENTÁRIOS

Para um episódio só, apesar do ritmo lento, estou totalmente a bordo. Não me interessa se Sun Woo tem uma bomba relógio no cérebro e o drama me promete no mínimo 9 sessões de choradeira, eu vou até o fim.

O que de certo modo é pedante da minha parte dada minhas inclinações para abandonar dorama num piscar de olhos. Ainda assim considero incrível o fato de que para mim pelo menos, fiquei tão absorta nesse episódio que quando dei por mim, já havia acabado.

Talvez sejam as imagens panorâmicas de tirar o fôlego, a edição que mesmo ágil consegue com que a história caminhe com calma e a direção controlada que tem um charme cinematográfico que estou adorando.


Além de tudo isso Nine tem um enredo que chama minha atenção. ‘Viagem no tempo’ é meu passatempo favorito; diga o nome de qualquer produção do estilo que sem erro eu já devo ter assistido. E o que torna esse drama ainda mais interessante é tanto o mecanismo da viagem (o incenso) quanto o que ele pretende fazer quando finalmente perceber que está no passado/futuro.

Mas principalmente o que Nine tem de mais promissor e instigante é mesmo Sun Woo. Eu normalmente não me deixo irritar com personagens com tendências suicidas ou ares de mártir, afinal sem drama, sem dorama, e curiosamente Sun Woo não é nenhum dos dois.


Afinal ele de fato vai morrer quer faça a cirurgia ou não e o fato de que ele deseja aproveitar o fim de seu tempo da forma mais proveitosa possível me faz respeitá-lo completamente, ele bem podia começar a sentir pena de si mesmo, mas decidiu pelo contrário.

E mesmo com essa resolução ele não perde em nenhum momento suas características; mesmo tomando decisões que não lhe são típicas ele consegue demonstrar uma lógica condizente com seu caráter, se é que isso faz sentido. Provavelmente isso é devido ao fato dele ter a poker face mais incrível da história da Dramaland.

O que obviamente me leva a elogiar sem medo a atuação de Lee Jin Wook (이진욱), que deve estar se esbaldando com um personagem tão bom. Notei que ele não perdeu uma chance de usar diferentes expressões faciais para modificar cada momento de Sun Woo em tela.

Cenas onde o mocinho estilo Darcy, deixa sua máscara cair por um segundo para logo em seguida retomá-la com estilo são figurinhas carimbadas nessas produções, mas não me lembro de ter visto alguém fazê-las com tanta maleabilidade como Jin Wook-sshi.

Pois sua máscara não cai de verdade. Parece mais como se Sun Woo fingisse estar demonstrando o que sente de verdade, do que verdadeiramente mostrado o que há por de trás de sua poker face e só descobrimos que seus potenciais momentos de deslizes pré-programados são de fato momentos em que ele se desnuda de sua fachada controlada sabendo que as pessoas irão assumir que ele ainda está fingindo. É como brincar de “eu sei que você sabe que eu estou fingindo não saber que eu sei que você sabe”, sabe?

E somente na última cena finalmente descobrimos que é conosco que Sun Woo está brincando e Jin Wook-sshi não perde a chance de nos dar a sua versão impressionante de “ah, pegadinha do malandro!”.


*Agradecimento especial ao DramaFever que me permitiu divulgar imagens do drama!

Imagens: tvN/9; Dramabeans; HanCinema;

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