maio 02, 2013

Nine: Episódio 8

Não nomeamos coisas à toa. Tudo nesse mundo recebe um nome e com ele carrega sentido por toda sua existência. O que é a verdade, o que é a mentira? Por que todas as duas podem ser uma ilusão? Ou um segredo? Ou de repente um enigma? E por que só sabemos disso tudo quando conhecemos as coisas por seus nomes? É o conhecimento uma forma de tortura? Pois se não for, nesse episódio bem que se parece, ou não estaríamos eu e Sun Woo derrotados pelo peso de tudo que descobrimos.

RECAP EPISÓDIO 8

Em 2012, Sun Woo ferve de raiva do irmão e sai dirigindo seu carro sabe-se-lá para onde. Em 1992, o jovem Jung Woo, ainda fora de si e assustado nota suas mãos cobertas de sangue e põe-se a chorar.


A imagem troca para um Jung Woo adulto, que repete o mesmo gesto de ansiedade que o vimos fazer durante o futuro original desse drama. Um dos amigos à mesa reconhece Sun Woo que acaba de chegar ao restaurante. Ele ruma direto para o irmão e o enche de socos e pancadas. Wah, o inferno nunca viu a fúria de um irmão traído pelas mentiras do próprio irmão.

Yoo Jin não entende o que está acontecendo, mas o jornalista não perdoa, e quebra a cara do irmão ali mesmo no restaurante. De repente, Sun Woo se contém e os convidados e garçons conseguem afastá-lo de Jung Woo e enquanto eles o levam para longe Sun Woo desmaia.


No prédio da CBM, Min Young está frente às câmeras apresentando o jornal quando Diretor Oh chega. Na sala de transmissão ele pergunta o que ouve e lhe informam o que aconteceu. Nesse momento Min Young aproveita para perguntar se ela pode manter as palavras que Sun Woo escolheu para finalizar a última transmissão do ano e o fim de sua participação como âncora. Depois de ler o texto, Diretor Oh permite, muito a contragosto do diretor do programa.


No ar, ela informa que o jornalista teve um problema de saúde e não pode, nem poderá continuar no programa, e será substituído no ano seguinte por Yoon Suk Hyun – HÁ, esse não é o nome da personagem que Lee Jin Wook fez em I Need Romance 2012? De qualquer forma, Min Young fecha a edição com as palavras de Sun Woo.
“A História da Humanidade prova que a arrogância de um homem em acreditar que é o único que pode mudar o mundo tem levado muitos heróis a sua perdição. Hoje à noite, outro gigante está à beira da perdição pelo mesmo erro. A História não será modificada por um homem. A Notícia não será modificada por um âncora. ‘News Tonight’ não mudará. A verdade e as mentiras, convicção e incerteza. Dúvidas e negações serão respondidas aqui”.
Por causa disso, o diretor do programa (vou chamá-lo assim apesar de não saber se é isso mesmo o que ele é) comenta com os outros que Diretor Oh deixou claro seu favoritismo por Sun Woo, que abandonou a bancada sem mais nem menos.

Preocupado, Diretor Oh chama o jornalista Bum Suk e pede que ele verifique todas as emergências da capital e veja se Sun Woo não deu entrada em nenhum hospital.


Em outra sala, Min Young telefona para seu tio e se assusta ao perceber que é sua mãe quem atende ao celular. Ela conta sobre a briga e avisa que Sun Woo está sendo levado para outro hospital, para evitar fofocas.

Depois que a ambulância sai e a ligação termina, Yoo Jin volta para o restaurante e reclama com Jung Woo sobre o ocorrido, perguntando se ele sabe o que houve, ou se está apenas fingindo não saber. O médico se limita apenas a perguntar pelo irmão.

A caminho do hospital Sun Woo recobra a consciência, pergunta pelas horas e grita para que parem a ambulância. Ele sai cambaleando do veiculo para o meio da rua. Pouco depois, Yoo Jin recebe um telefonema relatando que ele escapou e Jung Woo parece suspeitar de algo ao ouvir isso.


Yoo Jin volta ao restaurante para pegar as chaves do carro e enquanto Jung Woo a espera voltar do restaurante, recebe uma chamada. É Sun Woo, que mal deixa o irmão falar e sai xingando, raiva e desprezo em cada palavra que diz, incapaz de entender como ele conseguiu continuar vivendo depois do que fez. Hyung se defende dizendo que quis se entregar, mas a mãe o convenceu do contrário e mesmo assim sua vida continuou um inferno e pede desculpas pelo que fez.


Sun Woo nota que o irmão está chorando e afirma ser aquele que deveria estar chorando. E sem perceber despeja nele tudo aquilo que perdeu, tanto nesse futuro quanto no futuro original. O pai, a mãe, o tempo que passou odiando Choi, os incensos malditos, o trauma de ter um irmão morto, perder a mulher amada e ter arruinadas todas as suas lembranças. Tudo por causa de hyung. Jung Woo apenas chora e o Sun Woo jura nunca perdoá-lo.

Min Young, enquanto isso, dirige por Seul em direção ao restaurante e pensa em tudo o que aconteceu, lembrando incerta sobre o nome que Sun Woo lhe disse: Joo Min Young. Será que ela lembrará de algo, finalmente?

Sun Woo acende outro incenso: 1992, 1:30. Ele volta à cena do crime, seu pai continua deitando no chão cheio de sangue. Ele segura o rosto dele e chora. Por todas as três vezes que teve de perdê-lo. Urgh, isso é terrível.


Minutos depois, mais controlado, o jornalista revisa as imagens gravadas pelas câmeras que instalou e assiste a tudo o que passou, inclusive a parte onde Papai Park insinua que Jung Woo não é seu filho, só que nessa versão estendida da cena, ele deixa claro que isso não é só uma suspeita e até identifica o verdadeiro pai de hyung; o diretor assistente (à época) Dr. Choi. GAH.

Mamãe Myung Hee dá uma tapa em Papai Park. Ele devolve a bofetada e fecha suas mãos em volta de seu pescoço, tentando estrangulá-la mesmo com Jung Woo tentando evitar uma tragédia. Ouvimos os gritos e a conversa, mas não vemos como a cena termina, mas nem precisamos, pois no momento seguinte, o próprio Sun Woo congela a imagem, incapaz de assistir ao que acontece.


Depois de se acalmar ele acelera as imagens até a parte em que Dr. Choi chega ao consultório e impede que Myung Hee ligue para a emergência e nem para a policia, pedindo que ela se acalme e evite que Jung Woo seja preso, mesmo com ela afirmando que a culpa é sua e foi tudo um acidente.

Ainda em pânico e agachado no beco onde Sun Woo o encurralara, o jovem Jung Woo recebe uma mensagem em seu bipe. Ele liga para o número, e Choi atende. O jovem afirma que vai se entregar, mas o médico insiste que ele não faça nada que possa causar mais dor a sua mãe e até mesmo coloca Sun Woo no meio para fazê-lo se sentir culpado e desista de ir à policia.


Então, instrui o rapaz a seguir com um plano – sua mãe inclusive já aceitou fazer parte. Ele deve voltar para a casa de Yoo Jin e afirmar que esteve com ela a noite toda e sequer passou pelo hospital. E vemos o rapaz fazer tudo de acordo, lavando o sangue em seu rosto e mãos e se deitando ao lado de Yoo Jin e Shi Ah. Ao mesmo tempo em 2012, Jung Woo está em seu consultório se aplicando, o que imagino ser mais uma dose de propofol.

Em 92, Sun Woo ouve passos no corredor do hospital. Um homem estranho, usando preto, um boné, luvas e carregando um galão, entra no consultório. Ele telefona para alguém e informa que começara o incêndio. Em seguida, nós e Sun Woo vemos o homem espalhar o liquido do galão em volta do lugar e logo depois acender um fósforo. Fogo.

Sun Woo fecha a tampa de seu laptop sem condições de testemunhar essa parte. Lágrimas caem de seus olhos, enquanto a fumaça sobe.


Do lado de fora o jovem Sun Woo vem chegando em sua bicicleta, nota os sinais de fogo pela janela que dá para a rua em frente, e entra correndo no hospital, sendo observando ao longe por sua versão adulta. E a cena toda se repete como ele havia dito que seria.

De volta a 2012, encontramos Presidente Choi sendo acordado por Secretário Kim, avisando-o que Sun Woo deseja vê-lo ao que o jornalista entra na sala sem cerimônia. Á sós, Presidente Choi pergunta se ele encontrou o que procurava e o jornalista aquiesce; sim. Ele afirma estar surpreso por descobrir que o médico falava a verdade sobre não ter (direta ou indiretamente) matado Dr. Park e pede desculpas.

Mas isso não o torna inocente já que ele encomendou a alteração das provas, do corpo e até mesmo chantageou vitimas e o culpado. O jornalista apresenta um pen drive dizendo que só lida com fatos, depois que o médico pergunta se Jung Woo disse algo. Ele ainda alerta que ele deve esperar por mais e que não tente fazer nada contra ele. WOAH! Inteligência nunca foi tão sexy.


Depois que Sun Woo vai embora, Presidente Choi insere o pen drive em seu computador e se assusta ao ver as gravações.

Estamos em 1992 novamente. O jovem Young Hoon tenta falar com Sun Woo, o único que ainda não apareceu na estação. Ele diz que o rapaz não atende ao telefone. Eun Joo sugere que eles partam sem ele, já que o trem está para sair, mas So Ra, irritada, se nega e vai embora deixando os dois para trás.


Aproveitando a deixa, Young Hoon diz tchau, pronto para dar no pé, mas a garota questiona sua atitude, afinal ele era par dela não de So Ra ao que ele afirma apenas ter vindo por causa de Sun Woo e ela tira uma com a cara dele por estar falando em jonndaemal.

Ela o arrasta de qualquer maneira dizendo que ele pode pagá-la de volta quando ele confessa que não tem dinheiro. HÁ, adorei Eun Soo. E amo sua personalidade consistente que mesmo mais velha continua sendo divertida.


E falando nela, estamos de volta a 2012 com sua versão adulta, levando as filhas para a escola. Young Hoon está dirigindo, mas sua cabeça está tão longe que ele quase passa da escola. Depois de ficar sozinho no carro ele tenta entrar em contato com o amigo em vão. De repente, surge uma nova mensagem de Sun Woo, é uma nova gravação.

Nela, o amigo afirma estar enviando sua última mensagem. Ele admite que Young Hoon estava certo e os incensos são mesmo uma maldição – ele não deveria ter procurado pela verdade; segredos não recebem esse nome á toa. E percebe que não estava em suas mãos decidir quando as pessoas deveriam viver ou morrer.


Durante a narração imagens do passado e futuro se intercalam com Young Hoon e Sun Woo, que de repente interrompe seu discurso. O médico se preocupa e vai embora atrás do amigo, esquecendo-se de sua esposa, que sai correndo atrás do carro.

Young Hoon aperta a campainha, mas ninguém vem atendê-lo, ele então pula o muro e invade a casa. Depois de entrar, ele procura pelo amigo e o encontra desmaiado no banheiro ao lado do celular. O médico o deixa acomodado na cama enquanto procura por algo dentro do quarto.


Sem sucesso, ele tenta acordar Sun Woo e assim que ele abre os olhos pergunta pelos incensos. Onde estão? O que ele fez? O jornalista confessa que os jogou fora, para desespero do médico e ao perguntar aonde, ele apenas diz: – Adivinhe. É um enigma.

Young Hoon sacode o amigo tentando lhe dar um pouco de sensatez. Sun Woo por sua vez diz que ele não será capaz de encontrar. Em flashback vemos Sun Woo, sentado na copa do hospital cercado pela fumaça que vem da sala de seu pai, guardando seu kit de espionagem. Do bolso do casaco, ele tira o cilindro com os 2 últimos incensos e os abandona ali em cima da mesa, sem nem olhar para trás.


O médico parece não acreditar, mas o jornalista confirma que os deixou em 92 dizendo que não há porque se desculpar pelo que fez. Young Hoon desaba e vemos o fogo consumir o objeto.

A essa altura, Min Young chega a casa de Sun Woo, entra e acaba encontrando Young Hoon que vem descendo as escadas. Ele mente dizendo que os dois passaram a noite toda bebendo, tanto que ninguém atendeu ao telefone e Sun Woo ainda está totalmente apagado. Ela parece incrédula, pois estava preocupada e então pede para vê-lo. Ele deixa.


Enquanto ela está lá em cima, Young Hoon aproveita e telefona para o hospital pedindo que encontrem um horário para encaixar uma cirurgia de emergência com o Dr. Yoon. Opss, adivinha só quem resolveu que é hora de ir contra a vontade do paciente?

No quarto, Min Young arruma a bagunça que o médico deixou enquanto procurava pelos incensos e sem querer acorda Sun Woo que imediatamente a chama de Joo Min Young e faz piada dela, perguntando se a garota é algum tipo de perseguidora. Há.

Ele se ajeita e pede que ela se sente à beira da cama e pergunta se terminou direitinho o jornal no lugar dele, pois ainda não acredita que deixou tudo em suas mãos. De repente ela pede para fazer uma pergunta e ele diz para ela ir em frente. Min Young pergunta se ele vai responder e o jornalista diz que vai tentar.


“Porque você abandonou o jornal?”. Ele pensa um pouco e responde que é um segredo. “Porque você bateu no Papai?”. Ele diz que isso também é um segredo. “Você está doente?”. Outro segredo. Ela reclama que ele disse que tentaria responder e ele devolve perguntando se ela não tem alguma coisa mais fácil. HAHAHAH.

Min Young então vem com essa: porque ele a chamou de Joo Min Young. Ele se espanta e pergunta quando foi isso. Ela diz que no dia anterior e ainda a pouco. Oh, ele tem razão, ela tem o instinto só falta o glamour a inteligência. #LadyKateFeelings

♫그대라서(Keudaeraseo) – Kim Yeon Woo♪
Ela pergunta novamente porque ele a chamou assim se seu nome é Park Min Young. Ele manda tudo ás favas e diz que não, ela é Joo Min Young, mesmo que ela não se lembre. O jornalista estende uma das mãos, toca o rosto da jovem e diz que ele lembra apenas de Joo Min Young. Isso drama, pise nos meus pobres sentimentos, o que eles significam para você, não é?! 


Ela não entende nada e ele apenas diz que é um enigma, porque ela não tenta responder? A garota reclama que ou são adivinhações ou segredos. Oh bebê, acho que a verdade iria dar um nó na sua cabecinha de cogumelo.

Os dois se encaram por um longo momento, lágrimas enchendo seus olhos. Sun Woo dá um sorriso quebrado e doloroso, incapaz de segurar as lágrimas e ela pergunta por que ele está chorando. Ele diz novamente que é um segredo. Oh isso, isso, pise mais, pise, esmague!


E para enfiar de vez a faca no meu fígado, voltamos para a cena do incêndio, as chamas lambendo o cilindro no mesmo momento em que os dois olham um para o outro. Não há mais como voltar atrás.



COMENTÁRIOS

Você vê isso? Essa coisinha machucada, derrotada e completamente inerte. Yep, é o meu coração depois desse episódio.

Faz tempo que Nine deixou muito claro que não tem medo de mostrar seu lado obscuro e pouco amável, aliás, ele alguma vez foi diferente disso? Suponho que não. De qualquer forma, existe uma diferença em mostrar seu lado obscuro e explorá-lo. Este episódio foi além do que conhecíamos como dor ou sofrimento e outros tantos conceitos ao qual fomos apresentados durante os sete episódios que já foram ao ar. E dentro daquilo que imaginávamos possível, esse drama foi lá e nos disse que não, ainda é possível ir além desse possível
Nos contar que nosso herói marcado para morrer, com uma bomba relógio no cérebro, decide que pode tanto se salvar quanto salvar a seu irmão e seu pai (não necessariamente nessa ordem) é uma coisa. Outra bem diferente é nos dizer que ele faz tudo isso e acaba descobrindo que pode ter cometido o maior erro de sua vida.

Ele não só tem todas as suas fantasias e mais queridas lembranças destroçadas ao descobrir que o que considerava como certo e justo não era nada disso, quase que o contrário. Ponha nessa conta, seu irmão que causa a morte do próprio pai (sim, acidental) e o descontrole emocional da própria mãe e anos de ódio e rancor em vão.

E, além disso, ele ainda acaba mudando o destino da pessoa que ama, Joo Min Young, tornando-a sua sobrinha, Park Min Young. Saber que ele decide aceitar as consequências de ter alterado o curso natural das coisas é doloroso, mesmo quando ele está sorrindo.


Imagine agora ver tudo isso de novo sob a seguinte ótica: Sun Woo teve a oportunidade de saber o que era amar Min Young em quase todas as suas formas, porque sim, os dois se amaram no presente e no passado. Foram 5 ANOS de sentimentos que se concretizaram e o próprio Sun Woo é quem arranca essa realidade de si mesmo em troca da felicidade de seu irmão. Para logo depois descobrir que seu irmão não merecia tamanho sacrifício. Assistir a Sun Woo chegar a essa conclusão (com todos os seus mínimos detalhes sórdidos), encarar Min Young, que uma vez soube quem ele era de verdade, que soube o quanto eles se amaram de verdade e perceber que ela é incapaz de sentir uma partícula de tudo o que ele sente por ela é simplesmente excruciante.

Chorei tanto que precisei esperar um dia inteiro para vir escrever isso. É pura tortura. E Nine não tem a menor dó de nós. É um drama cruel, mas verdadeiro nesse aspecto, pois mesmo usando de truques batidos (noble idiocy, segredos de nascimento, “amnésia”) não me senti forçada a acreditar neles, eu naturalmente me deixei levar.

E nenhuma estória é capaz de fazer algo assim, se não estiver se conectando com quem está do outro lado a um nível mais crucial. Não estamos questionando o espaço ou o tempo, o real e o ficcional, menos ainda qual o entendimento de cada uma dessas coisas.


Estou me referindo aquilo cujo significado aprendemos à uma esfera diferenciada, aquele conhecimento que vem das experiências. E esse drama me faz experimentar um feixe de sentimentos tão ricos e tão comum a mim mesma que quando dou por mim, é como se estivesse experimentando junto com os personagem cada um deles, e acabo junto com Min Young, cheia de perguntas sem respostas, vários enigmas por decifrar, e como Sun Woo, chorando pelo que foi perdido e as lembranças que não posso apagar.

Imagens: tvN/9

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