junho 03, 2013

Sangue Bom: Primeiras Impressões

Já faz tempo que tô pra falar de Sangue Bom, nova novela das 19h da Rede Globo, mas as coisas foram se complicando e pra aproveitar que ela fez um mês de exibição resolvi dar uma agilizada nos meus comentários...
Lembro que um pouco antes da estreia li em algum lugar que o objetivo dessa nova produção da Rede Globo era atrair a atenção dos jovens. Não sei se surtiu efeito, nem se já é perceptível.

Agora, o que eu percebi é que a ideia foi posta em prática. Pode reparar que a faixa etária de todo da maioria do núcleo jovem tá no começo dos 20, não deve passar dos 25 anos. Bento (Marco Pigossi), por exemplo, tem 23 anos, então a partir da idade dele podemos estipular as de outros personagens entre 19 e 22 anos, caso de Giane (Isabelle Drummond), Amora (Sophie Charlotte), Malu (Fernanda Vasconcellos), Tito (Rômulo Neto) e por aí vai.

Da minha parte o que posso dizer é que a Globo tem a minha audiência nesse horário... Vergonha, Senhor, admitir esse tipo de coisa!

Mas enfim, o que fazer? Gostei mesmo! Da trama, desse ‘formato’ – não sei se uso esse termo, mas... Até Fangirl destacou tempo desses, de não parecer definido quem são os protagonistas (se interpretei errado, me corrige, amiga). Acabei, por sinal, tendo duas opiniões sobre isso. Primeira que esses seis aí da foto seriam os protagonistas, Bento, Amora, Fabinho (Humberto Carrão – meu amoooooooor!!), as crianças do lar do tio Gilson (Daniel Dantas), Malu, Giane e Maurício (Jayme Matarazzo).



E segunda que o protagonista seria o núcleo jovem que integra além dos três casais aí, Renata (Regiane Alves), Érico (Armando Babaioff), Jonas (Sérgio Malheiros), Lucindo (Joaquim Lopes), Tito e Charlene (Mayana Neiva), que não estouram a faixa dos 30 anos, por exemplo, e muitos outros que convivem, conviveram, ou vão conviver, direta ou indiretamente com os seis.

Gostei da ideia do embate entre a simplicidade do Bento e a mesquinharia da Amora, que vale lembrar são a qualidade e o defeito que vem com os dois desde a infância – assim, como a inveja do Fabinho. Realmente acho que tem muita coisa legal pra desenvolver até o final feliz do par... Essa crença da Amora de que ela é apenas essa imagem de ‘it girl’ que construiu, o fato de depois de ir morar com a Bárbara Ellen (Giulia Gam) ficar alérgica a flores, a cegueira do Bento quanto ao enorme amor que a Giane sente por ele, mas vamos acompanhar o que Vicent Villares e Maria Adelaide Amaral reservaram para as desventuras de seus personagens.

Eu particularmente comecei a viajar traçando um caminho de evolução do comportamento da Amora, com ela fazendo as pazes com o passado e trabalhando com crianças carentes pra conseguir ser verdadeiramente feliz. Porque vamos combinar, comprar cinco pares idênticos de sapato é demais, né Brasil...

Gostei do jeito da relação da Amora e do Bento. Os dois possuem uma forte ligação do passado e isso os conecta de uma maneira diferente ainda hoje. Mas ao mesmo tempo em que tem essa conexão, esse carinho, esse amor, tem sempre um embate entre eles. É comum discutirem bonito num dia e no outro se encontrarem e entenderem como se o dia anterior não tivesse existido... É uma dinâmica dos dois, que só os dois entendem e acaba frustrando todo mundo ao redor.

Tô gostando desse fato da gente ir descobrindo a cada capítulo que já existia uma relação conturbada entre Bento e o próprio pai, o Wilson (Marco Ricca). A ironia dele ter sido criado exatamente pelo tio de sangue – o tio Gilson é irmão do Wilson... Achei que as histórias, e a vida dos personagens, estão bem entrelaçadinhas. Nem precisou chegar ao meio da novela pra gente já ter essa noção ampla.

Até da angústia que me dá quando aparece a Glória (Yoná Magalhães), avó do Bento que o deu na estação rodoviária, tô gostando. Porque me faz pensar como o orgulho de uma pessoa despedaçou a vida de muita gente, o Wilson endureceu o coração e trata as pessoas numa grosseria que impressiona, os gestos de carinho, a doação do amor ficou perdido no tempo, ele não tem mais prática com eles. O Bento era um bebê e ela teve coragem de largar a criança assim.

O Perácio (Felipe Camargo), filho da Glória, era um playboy quando jovem e se revelou um banana comandado por todos, é uma sombra humana, casado com uma patife que como a Rosemere (Malu Mader) disse é gigolô de filho – anuncia que o filho presta serviço de amigo de aluguel (!), essa me passou. Rosemere e Filipinho (Josafa Filho) são outros também afetados pelo orgulho besta de Glória.

Esse último até confesso que tava me enervando pelas panaquices, mas acho que tô começando a me afeiçoar a ele também rs. O ator, só pelo fato de interpretar um garoto que sonha ser ator de musical, já ganha pontos comigo. 


Gostei das referências que essa novela tem trazido, nesses últimos dias foi a festa de despedida de solteiro do Érico ser à fantasia e do desenho Caverna do Dragão! E cantando Balão Mágico. Isso de fato demonstra que a equipe de autores está compromissada em atrair o público jovem.

Achei super legal a trilha sonora. Não estou dizendo que gosto de Sambô, viu! Gostei da escolha das músicas. Não posso dizer que as interpretações me contentaram, não é isso. Por exemplo, a abertura eu prefiro com o Lulu Santos! Mas não vou dizer que tá ruim completamente porque vou tá mentindo. Do que já tocou eu gostei de muita coisa, nacional e internacional e até as baixarias tipo Camaro Amarelo cabem direitinho no todo (taí um assunto que merece um espaço especial).

Figurino e cenografia até agora o que eu vi tão beeeem impecáveis. Ainda não vi as famosas ‘barrigas’, nem gafe. Assim como também ainda não vi grandes problemas em continuidade e edição - isso me enlouquecia nos poucos capítulos da finada Salve Jorge. Nota de lembrança: reparar melhor nesse quesito.

Mas tanto blá, blá, blá, é só pra eu dizer que a ideia de ser uma trama pra atrair os jovens não ficou só no papel. Pelo contrário, ela vem sendo posta em prática diariamente com as histórias, os diálogos dinâmicos, o visual - recursos gráficos, figurinos, cenários -, a trilha sonora, as referências, mas já disse a maior parte disso durante todo o texto. Não alonguemos mais esse papo porque a validade desse post está encerrando.

Sangue Bom é a novela das 19h da Rede Globo.

Imagens: TV Globo/Sangue BomGlobo.TV/Sangue Bom

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