agosto 13, 2013

Cruel City: Episódio 1

Desde muito tempo observamos o embate entre luz e trevas, apesar de sabermos que uma não existe sem a outra. A segunda, no entanto, costuma ser aquela considerada enigmática e perigosa, conceituando e enquadrando muito do que se coloca sobre o rótulo de “mau”. O que as pessoas esquecem-se de dizer é que o magnetismo exercido pelo lado obscuro não é mero acaso, e vem principalmente da sensação de se colocar à prova.

Andar pela escuridão e sair para a luz intocado é como ser Deus, ou pelo menos experimentar um estado – ainda que breve – de invencibilidade.

RECAP EPISÓDIO 1 

Pela vista panorâmica da noite, atravessada por diversas luzes solitárias em Seul, abrimos o episódio. Um homem vem andando apressadamente pela rua, olhando para trás volta e meia. Enquanto isso dentro de um carro, um policial de alta patente lê atentamente um prêmio (condecoração) direcionado para Min Hong Ki por sua atuação na melhora do trabalho policial. O homem retira o documento de sua moldura e o rasga. Pelo nome no broche de lapela posso ver que ele é Min Hong Ki (Sohn Chang Min).


Ao receber uma ligação, ele pede que o motorista pare o carro. Do outro lado da linha está o mesmo homem que andava apressado na cena anterior, e informa que alguém chamado “Cheo-ul” (저울) irá realizar uma transação com os chineses, e por transação me refiro à negociação de drogas.

*Note que o nome 저울 vem da palavra coreana para “balança”, então é mais como se fosse um apelido, sabe nome de guerra que a bandidagem costuma usar? É isso.

Hong Ki deseja saber quando e ao invés de responder, o homem diz que essa será a última vez, e (olhando sempre para traz) ele diz achar que estão desconfiando dele e ficará difícil continuar. Hong Ki entende a situação e prossegue com a conversa. Um grupo de policiais sai apressado em diversas viaturas, sirenes e giro-flex ligados enquanto a voz de Hong Ki afirma ter recebido uma pista sobre Cheo-ul e os chineses.


Eles chegam ao destino, um prédio, revistam todos os quartos, mas não encontram nada. Os policiais se reúnem do lado de fora se perguntando de onde terá vindo essa pista falsa quando um corpo desaba em cima do carro estacionado logo em frente. É o homem apressado do telefonema de ainda a pouco (repare a tatuagem). Do terraço do edifício, um homem em um terno diz à alguém no telefone que “está feito”.

Para adicionar efeito, ele simplesmente permanece ali observando as luzes da cidade. Hum, você deve ser o carinha cool. Já gostei.


Chove no meio de um funeral no qual, diversos policiais uniformizados participam inclusive Hong Ki, que é na verdade Comissário Assistente (leia-se; algo como um Delegado). O homem enterrado é o mesmo que vimos cair do prédio, um policial disfarçado e seus colegas (os mesmos da cena passada) parecem chocados, todos achavam que ele estivesse viajando.

Um homem chega a cerimônia e ao que parece era esperado por Hong Ki, a quem vou passar a chamar de Sub Comissário Min. Ele revela ao homem que estará formando uma unidade especial (ou força tarefa) para pegar Cheo-ul e o oferece a chefia da unidade dizendo que aceitando ele poderá comandar do jeito que quiser, mesmo, pois ele irá assegurar que ninguém se intrometa.


No escritório, Sub-C. Min entrega ao homem um envelope contendo documentos de investigações sobre a organização que Cheo-ul comanda e já o alerta da dificuldade de pegá-lo, pois sua rede é pequena e bem estruturada, com rodízio de pessoal. O comissário pede que ele tente juntar as peças, foi exatamente para isso que ele o chamou.

Na mesma noite, este homem se encontra em um restaurante com a policial da cena da invasão. Ela pergunta o que ele conversara com o comissário e ele desconversa. A comida chega e ela pergunta se é um dia especial, parece um exagero, embora aproveite o prato com gosto. Ele então diz que tem algo a contar, e revela que está voltando para a polícia. Perguntando se ele enlouqueceu ela reclama que ele acabou de fazer as provas (hum? Que provas?), p'ra quê voltar. E ele diz que está mantendo sua promessa.


Ahhh, ok, ao que parece o rapaz estava a meio caminho de se tornar Promotor (por isso a prova) e ela não está nada feliz em saber que ele não pretende seguir em frente. Antes que ele possa se defender, o celular da policial toca com uma chamada do Sunbae Kim.

Alguém chamada Soo Min parece ter feito besteira e a policial pede ao namorado (ok, eles tem que estar em um relacionamento) que se apresse e se levanta da mesa. O que ela não sabe é que ele pretendia pedi-la em casamento durante o jantar, com direito a anel de brilhante e bolo confeitado. Ele não é um motorista feliz na cena seguinte, eu afirmo.


A policial e seu namorado chegam a seu destino e encontram o policial Kim esperando por eles para indicar aonde a tal Soo Min está.

Yoon Soo Min (Nam Gyuri) é como a policial chama a garota ao abrir a porta e encontrá-la – ninguém menos do que a jovem que vimos procurando sua amiga numa cena anterior. Ela se espanta que sua unnie esteja ali e a policial manda que ela saia dali e a garota tenta se defender, mas unnie está aborrecida imaginando que ela esteja ali para servir bebidas (leia-se uma acompanhante). Soo Min está prestes a dizer algo quando nota o namorado da unnie e se irrita pedindo que ela saia, pois precisa se trocar. Unnie não parece a fim e o namorado interfere e a leva embora.


Pela manhã, Sub-C. Min apresenta aos policiais da unidade o novo Chefe Ji Hyung Min (Lee Jae Yoon) – o namorado. A equipe aplaude menos sunbae Kim e unnie, que também está presente, parecendo surpresa.

Hyung Min dispensa as formalidades e abre o jogo; eles estão ali para pegar Cheo-ul e apresenta uma foto do bandido. Dessa foto, seguimos para imagens do próprio traficante em sua maravilhosa combinação de mau gosto em um extravagante casaco de estampa de zebra.


Ao fundo Hyung Min narra que ele é o cabeça da organização e que a sua facção é composta de outros traficantes e membros de gangues. Eles não só traficam como fazem lavagem de dinheiro e gerenciam casas noturnas (as daquele tipo). Para chegar até ele, eles precisarão primeiro pegar seus homens de confiança; Kim Choon Sub ou “Kim Bbong*” (김뽕) e Park Tae Soo ou “Park Halibute*” (박넙치) – novas fotos, novas imagens. Segundo ele, esses dois são os verdadeiros agentes da facção.


*뽕: gíria para a droga Metanfetamina (MA). Por aqui ela recebe nomes como “cristal” e “Tina”.
*넙치: o nome de um grupo de peixes muito comum nos mares do hemisfério norte, cujo termo em português configura uma versão aportuguesada do nome em inglês, halibut = halibute. São peixes de grande extensão e peso.

Cheo-ul joga mini-golf em sua suntuosa residência enquanto fala ao telefone com um certo Senador. A ligação termina e ele recebe a noticia de que tem visitas. Suas secretárias estendem um imenso pedaço de plástico enquanto ele se dirige ao convidado, Presidente Kim e seu filho.

Cheo-ul não está feliz com a péssima administração dos negócios de Presidente Kim e o velho homem lhe pede um pouco mais de tempo e dinheiro ao que o traficante escolhe em “mamãe-mandou” a quem dar uma lição. Presidente Kim não tem sorte e acaba sendo espancado com um taco de golfe enquanto o filho vomita ao testemunhar a cena. O tal filho é liberado com a promessa de que será o próximo.


Umas das fontes de lavagem de dinheiro de Cheo-ul é a DongHae Construções, infelizmente a empresa e seu CEO estão sendo investigados pela Promotoria de Justiça e por isso a unidade especial não pode fazer nada a não ser ficar de vigília e esperar por um flagrante. E é isso o que estão fazendo Hyung Min e sua equipe.

Num dos carros, sunbae Kim distribui lanches, e a Detetive Lee (Go Na Eum) – a policial namorada – divide o seu com outro sunbae, que reclama das opções apimentadas que lhe dão diarreia. Os comentários são interrompidos quando o alvo aparece. Ele é abordado por um homem na rua que acaba trocando a própria filha por mais uma dose/teco/que-seja de seu vicio.

Detetive Lee não fica parada e segue atrás da criança e do traficante. Os sunbaes e Hyung Min seguem logo depois. Usando uma arma, ela tenta render o bandido dentro do elevador e uma luta se inicia. No fim ele acaba nocauteado e ela com um corte no braço.


Hyung Min e Detetive Lee tem uma DR no hospital (por causa do ferimento dela), ele reclama querendo que ela saia da policia e ela que ele pare de se meter e volte para a Promotoria. Enquanto isso os outros policiais interrogam o bandido que a detetive prendeu, embora ele não esteja colaborando muito.

De repente agentes da Promotoria chegam à unidade e informam que Promotor Ahn deseja (na verdade exige) que o bandido seja passado para a jurisdição da Promotoria. Hyung Min não está feliz, o que parece ser uma constante a essa altura, já que ele não pode se negar.


Detetive Lee tenta consolar o namorado convidando-o para tomar umas, e os dois fazem as pazes. Ele pergunta de repente porque ela se tornou policial e ela responde que fez isso para poder sorrir livremente, e segue sua explicação recitando com o olhar distante que “Se eu sorrir, o mundo sorrirá junto comigo”. Os dois sorriem ao ouvi-la chamando-o de oppa, já que ele havia dito para que ela não o chamasse de “Líder do Grupo” (ou seja, Chefe).

Os dois e o resto do grupo seguem para uma casa noturna e encontram tanto Promotor Ahn quanto o bandido de antes aproveitando um noraebang com diversas acompanhantes. Isso é o que eles chamam de "interrogatório"? Hyung Min, garoto esperto, havia colocado uma escuta no bandido e descobriu sua localização. Ele cumprimenta o promotor feito um velho conhecido, mas o outro não parece nada contente.


A sós, Hyung Min exige que Promotor Ahn lhe dê informação sobre a sujeira envolvendo a DongHae Construções, o CEO e Cheo-ul. Ahn finalmente percebe aonde o policial quer chegar e comenta que ele deve se sentir muito seguro com seu pai para lhe proteger, mas que ele não se engane, como Chefe da Promotoria ele jamais o acobertará agora que ele voltou para a Polícia. Hyung Min paga para ver, dando à Ahn o prazo de um dia e levando o bandido de volta.

Na manhã seguinte Hyung Min consegue o que quer, feliz de poder dar as crianças a sua frente um mundo melhor e Ahn replica que essas crianças é quem escolhem o próprio mundo. À noite enquanto Hyung Min e Lee observam o movimento de Seul, ele narra a quantidade de números relacionados aos crimes de tráfico e promete acabar com isso para poder apreciar a beleza noturna da cidade.


Na sequência vemos a produção e o comércio ilegal das drogas correndo soltas nas ruas com a ajuda de todos os tipos de pessoas. Encontramo-nos novamente com o bem vestido homem do terraço (aquele que provavelmente jogou o policial no inicio do episódio) fazendo o longo, intricado, escondido e vigiado caminho até seu escritório. Um telefone toca e o homem abre uma gaveta repleta de celulares de diversos modelos.

A pessoa que liga é o ultimo homem apresentado na cadeia de distribuição de drogas, e chama nosso misterioso bem vestido de “Park-sa*” (lit. Doutor). Você é médico mesmo, fez algum doutorado ou isso é algum codinome? O homem avisa que o dinheiro chegou e Park-sa (Jung Kyung Ho) manda que ele não faça nada. O homem alerta que Cheo-ul não gostará nada disso.

*박사: Doutor, como em “pessoa com doutorado, Ph.D.” ou algumas vezes “médico”.


Uma segunda chamada, num segundo celular, se faz ouvir cortando os dois. É Halibute-hyung-nim (넙치형님 no visor), um dos homens de Cheo-ul (lembra dele da foto?). As noticias correm rápido pelo visto.

Park-sa vai até Cheo-ul em seu QG, onde também estão Kim Bbong e o próprio Halibute. Ele é recebido com um lançamento de copo, facilmente desviado. Hum, você está me fazendo gostar de você a cada minuto que passa, você pode, por favor, não ser um traficante? 

Cheo-ul não acredita que ele tenha desviado e atira outro copo, diretamente em sua cabeça, o qual Park-sa recebe no melhor estilo "sou-f*da". Sangue escorre e ele não dá qualquer sinal de que sentiu algo. Cheo-ul o alerta para não bancar o esperto com ele e Park vai direto ao ponto dizendo que é preciso oferecer mais aos intermediários e pede uma parcela de 4 (40%) para si.


Cheo-ul ri da ideia e pergunta se foi o pai dele que o ensinou a fazer “essa merda de cálculo” e comenta que ele provavelmente nem teve um pai, filho de uma prostituta... e ainda assim não é grato pelo que lhe é oferecido. E distribui umas tapas em Park. Ainda sim, nenhum sinal de fraqueza do rapaz, só piscadas estoicas. Gah, estou impressionada.

Cheo-ul está prestes a abrir a cabeça de Park-sa com um taco de golfe quando o filho do bandidão entra na sala e reclama da promessa ainda não cumprida do pai. Ele se retira para apaziguar o filho e deixa claro à Park que ele foi salvo pelo gongo (ou melhor pelo pirralho). Ele recebe uma última chance de enviar o dinheiro de imediato ou então é morte na certa. Park-sa permanece mudo e Cheo-ul sai rindo maniacamente.

Park vai até uma farmácia comprar band-aids® e pomada antisséptica. A moça do caixa é Soo Min que está distraída e não percebe o homem sangrando a sua frente. Ele deixa um cheque altíssimo em cima do caixa sem se preocupar em pegar troco. Ainda sangrando ele segue para um parque de diversões desativado e olha ao redor como quem espera por alguém.




Sou só eu, ou de repente esse pedaço parece um CF de perfume?

Cheo-ul é avisado que Park ainda não enviou o dinheiro e resolve mandar Kim Bbong para dar um fim no rebelde e encontrar alguém para ficar em seu lugar na cadeia de distribuição. Bbong se reúne com Halibute e os dois reclamam do problema que vai ser para encontrá-lo (ninguém realmente sabe onde ele se esconde). Bbong sugere esperar que ele vá até eles, mas Halibute pensa que talvez um sujeito chamado Soo possa saber algo.

Bbong sabe que Soo é outra pedra no sapato e reclama. Halibute sugere que eles tentem amansá-lo e trazê-lo para o lado deles, se o rapaz não colaborar é só mostrar para ele quem é que manda. Corta para uma empresa de entretenimento. Bom, esse tipo de entretenimento não era o que eu tinha em mente:


Alguém resolve interromper a diversão do casal, avisando que há uma ligação para hyung-nim. Ok, esse é o tal Soo (Yoon Hyun Min). E ele provavelmente deve ter tido aulas de styling junto com Park-sa, porque :



Halibute explica para Soo a atual situação de Park (leia-se, pé na cova) e sugere ao rapaz que fale o que sabe ou acabará como o outro. Soo pede um tempo para descobrir como chegar a Park e deixa Halibute em um de seus cômodos (os daquele tipo) esperando.

Corta para Soo e Park-sa se reunindo num terraço qualquer. Soo pergunta o que ele pretende fazer agora e Park responde que deve ir até o fim, é matar ou morrer nesse mundo. Soo argumenta que Cheo-ul não é qualquer um e o outro conclui ironicamente que os dois irão morrer então. Ele ainda adiciona que levou 8 anos para chegar ao posto que tem hoje, e está de saco cheio de dar e nada receber. Soo se deixa convencer e une-se à Park, mandando que seus rapazes ataquem alguém.

A sala onde Halibute estava é invadida por vários gângsteres que partem para cima dele e de sua tropa. Enquanto a porrada rola, Soo deixa claro a Park-sa que está contando com ele e em resposta o amigo o convida a “engolir” as ruas de Seul a sua frente.

 
Os dois então reúnem suas gangues e invadem a mansão de Cheo-ul prontos para destronar alguém – adoroooo como Soo parece uma criança solta na loja de brinquedos e Park andando como se não tivesse tempo para socar ninguém; muito ocupado em parecer um chado-nam. Para azar deles o traficante já tinha escapado.



Sinto muito, tenho coisas mais importantes a fazer do que trocar sopapos

Resta apenas apertar Halibute. Park então lhe conta como fará parecer que ele traíra Cheo-ul (dinheiro na conta e retorno seguro) o que faz Halibute ceder à chantagem. Tudo o que ele precisa fazer é dizer onde o chefão está, mas o coitado nada sabe sobre isso, embora diga que Bbong possa saber.


Imediatamente um celular aparece em seu ouvido, Bbong na outra linha querendo saber das negociações. Halibute mente dizendo que Soo aceitou o acordo, mas que exige falar pessoalmente com Bbong e eles marcam um encontro em uma fábrica de móveis, lugar esse, aliás, onde eles pretendem eleger o substituto de Park-sa. Halibute quer saber o que ganha e Park manda que ele suma e nunca mais apareça.

Halibute então segue imediatamente para o seu esconderijo, que está repleto de policiais disfarçados, esperando para atacar. O criminoso enche uma maleta com dinheiro e vai embora, porém é cortado pelo carro de Hyung Min que trata de socá-lo, antes de prendê-lo – imagino eu.

E imaginei errado, pois o vemos interrogar o bandido em um galpão vazio, sem qualquer semelhança com uma DEPOL. Ele quer saber sobre a localização de Cheo-ul (mais um?!) e ameaça cortá-lo em pedacinhos, de baixo para cima se não ajudá-lo e o criminoso logo informa que Kim Bbong é quem sabe sobre isso.


Os policias invadem o interrogatório e dão de cara com seu chefe, que acaba sendo algemado, já que estava usando prática ilegal. Opss, na verdade essa parte era apenas encenação para fazer parece que o policial era na verdade algum traficante concorrente, pois se ele soubesse que era a polícia, ficaria de bico calado, até conseguir um acordo – pelo menos é o que explica a conversa que rola entre os policiais do lado de fora.

Enquanto isso, Soo recebe a informação de que o esconderijo de Halibute fora descoberto e assim que encontra-se com Park-sa repassa a informação adicionando inclusive que ele já desembuchou tudo. Soo pergunta o que Park fará agora que é certo de a polícia estourar pela fábrica de móveis. Ele sugere incerto que eles cancelem a invasão e Park concorda, embora fique pensativo em seu carro.


A Unidade Especial já está de prontidão quando finalmente o convidado chega. É Park-sa, sozinho. Ele parece perceber os policiais escondidos, mas não faz nada contra eles. Em seguida chegam outros gangsteres, inclusive Kim Bbong e sua turma. Esse por sua vez também parece sentir que tem algo estranho no ar...

Os criminosos estão passando através de um estreito corredor (na verdade uma espécie de galeria – de água ou esgoto) quando são atacados por Park – virtualmente desarmado contra diversas facas inimigas.

♪상처 – Kim Yong Jin♫
 Ohh, isso é legal. Park elimina um a um e somente quando é atingido, resolve sacar uma espécie de punhal todo estiloso e parte para cima dos que faltam até chegar à Bbong.


Voltamos com os policias e ouve-se um tiro ao longe. Um homem surge baleado e os reforços e unidade especial invadem o local encontrando apenas os homens de Bbong nocauteados por Park. Seguindo pelo canal, Hyung Min acha uma saída e ainda tem tempo de ver um carro preto dando partida do local. Ele ainda tenta seguir o carro, mas é atropelado e perde o pique.

Pensando rápido, ele e outro detetive fazem uma contagem das pessoas encontradas e duas faltam. Uma é provavelmente Kim Bbong e a outra eles não têm ideia. Irando, Hyung Min volta para o local e exige que um dos homens surrados diga quem é o responsável pelo ataque e sumiço de Bbong. “Park-sa adeul*” (lit. filho de Doutor). Ninguém entende muito bem, o detetive se exalta ainda mais e o homem diz não saber quem é ele, somente que Bbong o chamara de Park-sa-adeul. Corta para os dois dentro do carro preto (Bbong no banco de trás, possivelmente desmaiado ou amarrado).

*아들: filho, romanizado como “adeul”


Sozinhos no carro, Detetive Lee e Hyung Min se perguntam como um homem sozinho fora capaz de lutar contra tantas pessoas e vencê-las em menos de vinte minutos. Ele é mais rápido em adivinhar que Park pegou Bbong para chegar até Cheo-ul – em outras palavras, declarando guerra. Lee se pergunta como essa organização ainda não fora rastreada pela polícia e Hyung Min acerta mais uma vez deduzindo que se trata de um golpe.

Durante esse tempo, Cheo-ul e seu filho se divertem assistindo à um show cover particular de algum k.pop (que não fui capaz de reconhecer) e tem uma pequena conversa sobre “o que ser no futuro” que é interrompida pela chegada de Bbong com a cara surrada, Soo e Park-sa, aproveitando para perguntar se ele aproveitou a performance.


 
COMENTÁRIOS

WOW. Simplesmente WOW. Se eu escrever WOW até o final da postagem vocês ficarão “p” da vida comigo? *perguntaretórica*.

Então ‘tá vamos falar sério. Noir coreano normalmente é um conceito que se aplica muito mais às produções cinematográficas do que televisivas, portanto, não é de se espantar que o drama seja filhote de canal à cabo – a jTBC, onde normalmente as regras 3x3 da TV aberta costumam sofrer expansão e ganha-se liberdade criativa.

Infelizmente nem tudo é permitido e por isso é que toda vez que uma faca aparece, a imagem fica borrada. Facas (e alguns objetos pontiagudos similares) são proibidas de serem televisionadas, mas como muitas delas são importantes demais para o enredo o jeito é desfocar. Eu sei, é tosco, mas não sou eu que faço as regras.

 Que coisa idiota.

Por outro lado a flexibilidade da televisão paga na Coréia permite que aqueles ingredientes mais fortes que se espera de uma produção propondo-se a falar sobre o mundo das drogas, estejam todos aqui e muito bem representados. A dimensão é tamanha que somos imediatamente sugados para dentro dessa Seul luminosa, mas tão, tão sombria e cruel e dona de si mesma que nos encontramos num misto de medo e excitação, como adrenalina rugindo nas veias diante do perigo.

A cena na qual Park convida Soo para dominarem as ruas a sua frente traduz bem o fascínio em ter na palma das mãos uma cidade tão desafiadora. A euforia de Soo ao concordar com a ideia, mesmo sabendo da alta probabilidade de não sair vivo e a resolução fria de Park ao convidá-lo, praticamente definem o estado de espírito com o qual se enfrenta a morte de cabeça erguida.

Bromance à vista

A mesma sensação dual que se experimenta ao assistir a magnética expansão de Jung Kyung Ho no papel do misterioso Park-sa-adeul. O ator mal voltou das Forças Armadas e parece ainda mais magro e franzino do que de costume e mesmo assim consegue fazer com que todos os meus alarmes sobrenaturais acionem me alertando que vou testar minha saúde cardíaca a cada novo episódio.

Talvez seja a combinação matadora de ternos com colete (ternos de três peças), o penteado glamouroso ou o lápis de olho. Mas é mais provável que seja a máscara impenetrável de audácia com a qual Park diz a menor das palavras e faz com que soem como o seu pior pesadelo.


Complementando o caos do submundo, a edição e trilha sonora acabam adicionando mais nessas camadas que constituem quem é mocinho e quem é bandido, ou melhor, aonde essas camadas se encontram, podendo vir a eliminar as barreiras que separam um do outro.

A história se desenrola e mesmo acompanhando cada um desde o inicio, ninguém aqui está nos explicando nada; vamos deduzindo e descobrindo tudo no caminho, seguindo o ritmo acelerado da metrópole. E nem nos damos conta de que quase uma hora se passou, muita coisa aconteceu, aprendemos um bocado, mas ainda há muito por ser entendido.

E falando nisso, não tenho ideia de como andam as traduções para o português (sei apenas de um fansub traduzindo), mas como muitos personagens usam nomes de guerra (codinome na bandidagem) e muitos deles não soam legal na tradução, a não ser talvez o Halibute, vou manter os nomes romanizados e se precisar farei as notinhas de explicação assim como no recap de hoje.

Por último, como estou amando o figurinista da série, vou fechar os comentários com minha combinação preferida do episódio (que já começou dupla). 



 Fonte: jTBC/moojeong

POSTS RELACIONADOS

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTE E/OU RECLAME