junho 19, 2014

Be Mate Review

A cena indie coreana realmente faz jus ao nome; é alternativa. Fugindo dos passos coreografados, das luzes brilhantes e do figurino (por inúmeras vezes) montado, existem diversas bandas que abraçaram a causa e são amplamente elogiadas por seus trabalhos, como Nell () e Dear Cloud (디어 클라우드). E alguns que resolveram sair desse plano e foram bem recebidas do outro lado, como CNBlue (씨엔블루), embora esse último exemplo vá render discussões.

Por algum motivo interessante e desconhecido (?) existe uma banda indie que recebe tanta atenção quanto um grupo de idols. Eles são a Mate (메이트). E não estou brincando com o que disse. Para se ter ideia, seus dois primeiros shows venderam mais rápido do que água em procissão e em poucas semanas lideravam a lista de mais executados da Coréia do Sul, que é um grande feito para alguém que não se rotula k. pop.

O interessante a respeito da banda é que apesar das inúmeras oportunidades de ser engolida por um selo mais poderoso já que provou seu poder de fogo desde o inicio, em 2009, ela aproveita as oportunidades de marketing; vai à programas como o Music Core (쇼! 음악중심) e tem integrante participando de dorama (Lee Hyun Jae em Shut Up: Flower Boy Band), mas não deixa de lado o que faz dela única; sua força musical. Os três integrantes criam absolutamente tudo, letra, música, canção.

Num sentido amplo poderíamos dizer que eles lembram Dashboard Confessional no estilo de criação de músicas melódicas e letras com toques sofridos, embora eu ache perigosa essa comparação, pois Mate não é emo. Aliás, existe emo na música coreana? Eu penso que não, essa é uma tendência estranha para um país que já se acostumou a cultivar baladas sofridas, sem precisar ser visualmente dark ou mi-mi-mi demais. Talvez eles estejam mais próximos de Augustana, com seu som jovem, os toques de rock de raiz e histórias de juventude.

Enfim. Para um álbum de estreia Mate se sai muito bem, além de nos dar uma capa que não só está inteiramente ligada a bela locação do clipe de 난 너를 사랑해, mas que também nos remete à liberdade. Uma imagem que é a cara deles, simples, natural e altamente cativante. Já posso ser Mate, como o próprio álbum propõe?

ANÁLISE PARCIAL

O balanço de rock vem bem dosado nas vozes dos rapazes e na levada da guitarra. Simples. Gostoso de ouvir.

2. 그리워
Você conhece essa canção, certo? Ok, talvez não, mas tem alguma coisa nela que é bem familiar, não? Sei, talvez você não seja ligado em indie folk, nem nada assim, mas já viu o filme Closer – Perto Demais?

Se até agora não houve conexão alguma na sua mente, prefiro nem comentar mais nada a não ser o fato dessa linda melodia acústica ser quase que completamente carregada pela voz de Lim Heon Il e sua explosão quase no final é de tirar o fôlego. E é tão triste quanto soa, falando da falta que uma pessoa que já não está mais presente, faz. Inclusive nos seus sonhos.

3. Come Back to Me
E para levantar os espíritos, seguimos com pop rock. Uma levada simples e gostosa. Nada complicado. E se você não tem a menor ideia do que eles estão falando e nem sabe fingir cantar em coreano, não tem problema, basta repetir a parte do ‘come back to me’ que está tudo certo.

4. It’s Alright
Tão certo quanto o nome desta canção. Que diminui o ritmo, porém primando por um arranjo mais caprichado do que em 그리워, com direito a som de teclas, fundo de cordas e um backing vocal que me parece bem feminino, mesmo que não seja.

5. 하늘을 날아
Mesmo sem um baixo, a marcação do compasso é bem feita pela bateria e o som da guitarra na ponte antes do refrão deixou a música menos cansativa. E eu adoro como essa canção nem tem cara de produto coreano, de tão pop rock norte-americano que ela soa. Com certeza a mais vibrante do álbum todo.

6. 너에게 기대
E agora ganhamos uma balada com ares de música de trilha sonora de drama/novela. Não que ela seja ruim, mas é genérica demais para o meu gosto. A batida lenta da bateria lá atrás, a virada de efeito dramático, o coro de vozes quando a canção puxa fôlego e a queda para um acompanhamento de voz com piano antes da retomada é demais para mim. Próxima!

(Mas sabe de uma coisa, a letra é a declaração idiota de amor mais linda que você já ouviu na vida, sabia? Repara então).
“E algumas vezes
Nesses longos e solitários dias
Eu desejo que você estivesse aqui comigo
Eu desejo que você estivesse ao meu lado
E ainda,
Sempre que eu penso em você
Quando meu coração sofre dessa forma
Eu rezo para que seu coração não sofra também
Então eu sorrio”

7. 우울한 너에게
Se tem algo que essa canção (e a banda como um todo) valoriza é a harmonia dos vocais. E com cantores como Heon Il-shii e Jung Joon Il, não tem como se aborrecer com quase 30 segundos de capela. E eu aposto que você nem sabia que a letra fala sobre um amor não correspondido, ou até correspondido, mas que não se deixa realizar por completo pelo medo da dor. Sim, essa é para essa sua parte depressiva (= 우울한 너에게)

8.
De todas, aquela que menos me agrada. Lenta, um pouco arrastada e tristonha. Depois de um minuto de execução, já passo.

9. 난 너를 사랑해
Eu posso simplesmente dizer que dou meus dois pulmões inteiros para ter criado essa música por inteiro? E estou dedicando meus pulmões em razão da forma como 난 너를 사랑해 tira completamente meu fôlego. E tenho muita inveja de quem quer que tenha sido a inspiração para essa canção, pois não é sempre que os caras gritam ao som de um piano “honestamente, eu te amo”.

10. 안녕
Já vamos dar tchau?

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De modo geral Mate é salpicado de tons diferentes na composição embora mantenha uma sensibilidade um tanto obscura. Se tem algo que faço quando penso em ouvi-los é me trancar no quarto, fechar as cortinas, os olhos e simplesmente encher o ar com as assombrosas composições desses rapazes, pois no melhor sentido das coisas, Mate produz aquele som que perpetua no ar.

Ouvir Mate é simplesmente fácil, pois o trio consegue produzir conforto e bem-estar. Isso não quer dizer que certas faixas não possam se tornar cansativas ou pareçam tristonhas, mas ao mesmo tempo elas continuam sendo muito, muito boas. Afinal, ninguém é perfeito, certo?

JÚRI FINAL

- Nota: C de competente – CD redondo e bem feito;
- Capa: Simples. A cara da banda (quase que literalmente).

*Fangirlmomêtro: Febre de 37, 5° – esquentou, mas é tão confortável estar quentinho.


BANCO DE DADOS

*Título: Be Mate
*Artista: Mate
*Gravadora: Gem Cultures 
*Ano: 2009
*Estilo: (K) indie rock, soft rock, modern rock, pop rock
*Álbum de Estúdio
*Tracklist:
  1. 고백
  2. 그리워
  3. Come Back to Me
  4. It’s Alright
  5. 하늘을 날아
  6. 너에게 기대
  7. 우울한 너에게
  8. 난 너를 사랑해
  9. 안녕

Imagens: Blog Naver/wjswowm

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