agosto 25, 2014

Filme: O Conde de Monte Cristo (2002) Review

Jacopo: O que você quer comprar?
Zatarra: Vingança.

Inveja. Falsidade. Traição. Prisão. Um plano de fuga. Um mapa do tesouro. Sede de vingança. Esses são os pilares de um dos maiores sucessos literários do escritor francês Alexandre Dumas e transplantados na medida certa para a versão cinematográfica de 2002, também chamada O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo).

É 1814, e Napoleão Bonaparte, sim o imperador francês, está exilado na ilha de Elba, cercado por soldados ingleses, que não permitem qualquer aproximação de estranhos no local, por mais inocentes que sejam.

Por sorte, ou por azar, tripulantes de um navio francês acostam na ilha buscando ajuda médica para seu comandante. Entre eles estão os amigos de infância Edmond Dantes (Jim Caviezel) e Fernand Mondego (Guy Pearce). Apesar dos tiros que voam de todos os lados, eles conseguem ser recebidos e atendidos, por ninguém menos que o próprio imperador.

Observando o comportamento do simplório Dantes, Bonaparte lhe pede em segredo que leve consigo uma carta para uma pessoa em Marselha, afirmando que não se trata de nada de mais, apenas correspondência entre velhos amigos.

Poucos dias depois de desembarcar, ser promovido e propor casamento a sua namorada Mercedes (Dagmara Dominczyk), Dantes é preso sob a acusação de traição, denunciado com a ajuda de seu amigo Mondego, que o inveja por ter o amor de Mercedes.

Deixado para apodrecer no Chateâu D’If, uma prisão isolada em uma ilha, Dantes se entrega ao desespero e renega sua fé em Deus. Até que um dia recebe a visita inesperada de um pobre velho prisioneiro, o Pe. Faria (Richard Harris), que ao tentar escapar da prisão, acaba cavando erradamente um túnel que vai parar na cela de Dantes.

Convencido pelo Padre, Dantes resolve ajudá-lo no plano de fuga se em troca ensina-lo a ler, embora receba do Padre, todo o conhecimento que ele possui e possa passar.

Acabo de contar um terço do filme e ainda assim, o mais interessante ainda não aconteceu. Que vem a ser o momento no qual, o Pe. Faria morre, mas não sem antes revelar a Dantes um mapa para encontrar um enorme tesouro.

Aproveitando-se da oportunidade, Dantes usa a morte do padre e escapa de D’If. Mas ao retornar para casa e descobrir que a traição recebida é maior do que supunha, ele coloca uma coisa na cabeça: achar o tesouro e com ele iniciar seu plano de vingança contra todos os que arrancaram tudo dele.


Sem apelar demais para recursos modernos o que esta versão do clássico faz de mais correto é dar tempo para que abracemos a causa de Dantes. O filme gasta boa parte do tempo expondo seu afável caráter e mostrando como o tempo e a miséria endurecem seu coração e provocam nele a mudança necessária para que buscar fazer justiça com as próprias mãos.

Caviezel capta com excelência todas as mudanças da personagem e tem a sorte de poder atuar ao lado de Harris em cenas mais do que memoráveis para mim, que até hoje não consigo sair de frente da TV quando o filme está passando.

Por sinal, é um dos poucos filmes que não me importo em assistir tantas vezes e prova que não só a empatia do público com a jornada de Dantes é essencial para a história, mas também o estilo de ação no qual foi filmado, dando o ar de aventura e emoção na medida certa.


O que faltou à sua jornada foi um adversário à altura de sua sagacidade e motivação, pois mesmo seu adversário supostamente mais difícil, Mondego, não foi capaz de oferecer perigo aos seus planos. Pelo contrário. Mondego talvez pareça ser o adversário final, por ter sido o causador de sua desgraça e seja o ultimo a quem ele enfrenta, embora não passe de um homem vil. A amizade de longa data é o que torna o enfrentamento emblemático enquanto tanto a superficialidade da personagem quanto a atuação de Pearce retirem boa parte da profundidade desse embate.

Mas se tem algo definitivamente memorável nesse filme é mesmo Henry Cavill, que vou te contar, fica mais gato a cada ano que passa.

Gato desde sempre

TRILHA SONORA

A trilha instrumental faz bem às cenas de ação e formam junto com a edição, uma boa equipe. E ser apresentada pela Orquestra Metropolitana de Londres também não deve doer nada.

PÔSTERES


JÚRI FINAL 

- Nota: 9. Edição esperta e ótima ação compensam pequenos trancos.
- Soundtrack: No lugar certo, na hora certa.
*P.S.: O poeta Madruga bem disse uma vez: “A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena”. E ele provavelmente nunca teve a oportunidade de ver suas palavras destruídas por esse filme.

BANCO DE DADOS 

*Título Original: The Count of Monte Cristo
*Ano: 2002
*Estilo: ação, aventura, adaptação;
*Direção: Kevin Reynolds
*Estúdio: Touchstone Pictures
*Oficial: no IMDb

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