agosto 25, 2015

Vogue Japan: Sessão Karmen Pedaru

As pessoas podem dizer o que quiserem sobre revistas fashion, e independente dessas opiniões – o que pode parecer controverso, mas não é – a Vogue ainda permanece na memória coletiva como a bíblia da moda. A publicação tem passado os últimos anos lutando com unhas e dentes para permanecer nesse posto e por vezes cheguei a pensar que ela o tivesse perdido para sempre.

Uma grande tolice de minha parte, embora eu diga em minha defesa que há muitas colegas de classe por ai fazendo o mesmo trabalho com mais eficiência. E é normalmente quando estou mais do que descrente na revista que algum editorial de suas páginas aparece e “BAM” eu volto atrás.

Na postagem de hoje temos o exemplo de uma dessas coisas que gosto na revista: um conceito bem trabalhado pelas lentes. Não é preciso armar um cenário em CGI, basta um pouco de criatividade.

PHOTOSHOOT

Com um título que se traduz por “a metálica percepção da meia noite”, as lentes “maravi-lindas” de Sean + Seng produzem um editorial escuro, brilhante e inspirado que traduz esse sentido metálico em mais de uma forma na mesma imagem.

Repare que na imagem acima a água é tão importante nesse fator quanto a própria vestimenta brilhosa da modelo. E essa sacada repete-se em quase todas as páginas.


E mesmo com as pequenas mudanças de cor o efeito luminoso da água ainda funciona muito bem.

Particularmente nenhum dos vestidos me agrada, e sei que não ficaria bem em nenhum (ok, talvez o primeiro), mas ainda sim sinto uma vontadezinha de experimentá-los, muito mais pela maneira legal que eles casam com cada enquadramento do que por qualquer outra coisa.

Mas voltando à sessão... note também que mesmo quando existe predominância de uma cor, a iluminação dá um jeito de fazer parecer tudo perfeitamente no lugar.


E pela primeira vez na vida, eu não vejo problemas em ver uma modelo toda reluzente de óleo corporal ou segurando uma cobra por um motivo nada aparente.

Pensando bem, a cobra até adiciona ao clima soturno e perigoso. Agora que penso melhor, toda a composição (a canoa, a nevoa por sobre a água e sim, a cobra) me faz pensar que isso é algum rio no meio da Indonésia ou algo assim, não porque a publicação seja japonesa, mas sim pelo conjunto da obra me lembrar de filmes que se passam no sudeste asiático.

Hum, vejamos, algo como... Indochina talvez? De qualquer forma quando vejo as imagens seguintes tenho vontade de rir, porque:
1) É o tipo de coisa sem sentido que uma socialite bêbada faria em um país exótico;
2) Imagino imediatamente Shirley (a maravilhosa Viviane Pasmanter) daquela novela insossa (Em Família).

  Diz se não parece?

Comparações à parte, a ideia não é tão ruim. Quer dizer, se eu estivesse numa festa metida a besta com um monte de gente pedante (entre outras coisas) – esse é o cenário que visualizei – eu provavelmente teria vontade de pegar um barquinho e pensar na vida, ou olhar as estrelas, ou beber sozinha no meio do nada sem ninguém enchendo o meu saco.


Por sinal, essa combinação nunca passaria pela minha cabeça e parece ótemmmaaaa, pena que nunca fico bem de verde. Mas a jaquetinha eu não recusaria jamais.

Porém a proposta que mais me encantou vem no modelito mais feminino e romântico do grupo todo:


Parece uma mocinha em baile de formatura! Já quero, com luvinha e tudo.

Não pera, esse é o vestido ideal para assistir à um show de fogos de artifício na virada do ano. E a canoa é camarote VIP. Ai que droga, agora quero comprar uma passagem para a Tailândia. #comofaz

BANCO DE DADOS

*Revista: Vogue Japan
*Edição: nº 178
*Data: junho, 2014
*Editorial:
  • The Metallic Sense of Midnight’;
  • Karmen Pedaru;
  • Sean + Seng – fotos; 
  • Sissy Vian – edição de moda;
  • Petros Petrohilos – make;
  • Mark Hampton – cabelo;

Imagens: Fashnberry

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