agosto 31, 2013

Cruel City: Episódio 5

Os homens são a prova cabal de que a natureza provoca uma necessidade de adaptação constante se a meta básica no fim do dia é apenas sobrevivência. Ou se morre ou se vive e a segunda opção muitas vezes requer de nós medidas que não nos são confortáveis, mas dada as circunstâncias e o inerente instinto animal que não nos permite cair sem lutar, muitas vezes nos encontramos fazendo exatamente aquilo que nunca imaginaríamos fazer de outro modo.

A cadeia alimentar está em todo lugar e ainda que nos consideremos no topo dela como os únicos serem intelectuais, devemos sempre lembrar que não estamos sozinhos no topo e ninguém está a salvo de cair lá de cima, ou melhor, de ser atirado pirâmide abaixo.

RECAP EPISÓDIO 5

Voltamos para a cena que nos revela sobre a verdade a respeito de Park-sa-adeul: ele é um policial disfarçado. Mas como tudo isso aconteceu? Resposta no flashback.

Um jovem Shi Hyun vem correndo pelos telhados e lajes e sendo perseguidos por vários policiais, inclusive Chefe Yang. Com eles ainda em sua cola, o rapaz consegue chegar até a rua e encontra o carro que Safari vem dirigindo. A mando dele, o rapaz joga a bolsa que vinha carregando dentro do carro e o “amigo” acelera o carro e o abandona ali para ser preso.


Esperando na viatura, está Superint. Min – que nessa época devia ter o cargo que hoje é de Chefe Yang. Os dois se reconhecem e Min grita com o rapaz perguntando o que diabos ele pensa que está fazendo trabalhando para o cara que matou sua mãe. Como é?, diz a expressão no rosto de Shin Hyun. E seguimos para uma lembrança mais antiga.

Numa noite chuvosa, o pequeno Shin Hyun vem correndo até o quarto onde mora com sua mãe. Por debaixo de uma cortina ele passa uma sacola com algo que ela pedira para comprar e ao notar que ela não responde e não entrega o dinheiro pela encomenda, ele abre a cortina e encontra sua mãe desacordada com uma seringa na mão.


A voz de alguém do lado de fora, incitando Mi Hee (a mãe dele) a começar a atender os clientes, alerta Shi Hyun e ele pega todo o dinheiro de sua mãe e vai embora chorando. Narrando ao fundo, Min diz que a causa real de sua morte foi uma overdose e não câncer – como fora dito naquela época.

Acompanhado de Jin Sook e Safari, ele joga as cinzas da mãe no rio Han. Safari lhe dá o seguinte conselho; estando agora sozinho no mundo, ele pode confiar apenas em sua própria cabeça e na faca que ele oferece como presente. Ao fundo Min afirma que Safari era quem fornecia a droga que Mi Hee consumia.

De volta ao presente, Min pergunta se ele não se dá conta de que trabalhando no tráfico ele apenas está criando mais e mais pessoas iguais a sua mãe e o rapaz pergunta irritado o que deve fazer.


Corta para os dois sentados no mesmo parque de diversões de sempre, Shi Hyun agora uniformizado de policial. Min diz ao rapaz que para pegarem Safari é necessário que ninguém (principalmente Safari) saiba que ele se tornou um policial e por isso seu nome não constará na lista de formados da Polícia e ele trabalhará como um agente disfarçado.

Ele irá se infiltrar no meio dos traficantes e se tornar verdadeiramente um deles, ganhando acesso para todo tipo de informação que um policial jamais poderia conseguir com seu distintivo. Dessa forma é necessário que ele ganhe a confiança dos criminosos e assim Shi Hyun é mandado para a prisão.


Lá, ele faz tudo de acordo com a cartilha prisional para se aproximar de Halibute e de quebra ainda conhece Soo – que neste momento deve ser um dos capangas de Halibute. Algum tempo depois tanto ele quanto Soo são soltos e Shi Hyun reporta para Min que conseguiu entrar para a facção.

No presente, de volta ao parque, Superint. Min afirma que a única forma dele ter seu nome limpo é pegando Moon Baek Shi, codinome Safari. Park-sa grita em desespero e raiva e dor, e desiste de tentar atirar no próprio chefe. Ufa.

Mais calmos, ambos sentam para conversar. Min confessa que chegou a duvidar que ele pudesse ter feito algo contra Kyung Mi, mas voltou a si e alerta o rapaz para acelerar com a captura de Pusan e Safari, pois agora que ele se tornou o principal procurado da Polícia não será nada fácil encobri-lo.


Park simplesmente se vira para o superior segurando a bala que atingiu Kyung Mi e dando todas as suas especificações, afirma que o assassino pode ser da polícia já que a munição é usada por eles. Num primeiro momento ele diz ao superintendente que descubra quem é o policial corrupto para logo depois afirmar que ele mesmo irá pegar tanto o policial quanto Pusan e Safari e descobrir porque mataram Kyung Mi.

Em seu QG secreto e escuro, Park recebe a visita de Soo. Peraê, a um segundo atrás ele estava mexendo em documentos que comprovam que ele é um policial e assim que Soo aparece ele coloca tudo numa caixa e larga ali do lado? Sério cara, você está pedindo para ser descoberto.


Sentando para beber, os dois aproveitam e conversam sobre a situação atual. Soo pergunta se ele pretende não fazer nada depois de ter tomado o lugar de Cheo-ul e, além disso, os distribuidores estão enchendo o saco querendo mais drogas.

Ele afirma que só resolverá esse problema depois que conseguir um jeito de libertar Jin Sook e Soo reclama. Park pergunta se ele não quer deixar os negócios – ele o ajudaria, tranquilamente. Soo se ofende com a proposta e Park o aconselha a não se aproximar dele caso algo de muito ruim aconteça, pois ele faria o mesmo no lugar dele. Hum, já estamos nos precavendo é? 


Depois do vexame no episódio anterior, Detetive Kim resolve se demitir da corporação, mas Hyung Min não deixa afirmando que nesse momento, mesmo querendo vê-lo longe, precisa dele para pegar Park-sa. Não é engraçado que ele afirma saber que não se deve misturar o trabalho com seus assuntos pessoais, mas é exatamente o que ele faz desde que o conhecemos? 

Det. Kim tenta argumentar a possibilidade de não ter sido Park-sa o atirador, já que as pessoas presas naquele dia afirmam que ele estava dentro do prédio e não do lado de fora, mas levando em consideração os diferentes retratos falados de Park-sa, ninguém na verdade tem ideia de como ele se parece. E para Hyung Min não importa se foi ele quem apertou o gatilho ou alguém a seu mando, ele ainda é o responsável pela morte de Kyung Mi.


Na prisão, um esquema é armado para que Soo Min passe boa parte de suas horas em um depósito, exercitando-se e estudando o código penal e os procedimentos da policia – academia de policia clandestina, é como chamamos isso. E a garota se empenha, até porque, o que mais ela tem para fazer, certo?

Enquanto estuda, uma das detentas a chama para uma conversa e obviamente a garota espera o pior e tenta atacá-la antes de ser atacada. Na verdade, não havia nada de mais no convite, pelo contrário, a detenta a levara até uma sala onde as outras mulheres estavam dividindo frango frito. Pelo atrevimento a garota leva uns tapas e só não apanha mais porque Jin Sook intervém.

Ao ler os relatórios da última missão, Hyung Min observa que há uma informação especifica faltando (o horário no qual rastrearam o telefone de Det. Lee). A mando dele, Chefe Yang informa à Ten. Suh que Hyung Min deseja vê-la e aproveita a saída dela para colocar um batom-escuta em sua bolsa.

Hyung Min manda que ela reveja os relatórios e inclua os dados que faltam, enquanto a tenente aquiesce parecendo assustada. Suh é tonta o suficiente a ponto de sair da sala de Hyung Min e imediatamente telefonar para Comissário Kang para contar que estão desconfiando dela. Ele manda que ela corrija os dados, e ela responde que não pretende mais trabalhar desse jeito. Corta para Hyung Min ouvindo tudo.


Na cadeia, Jin Sook princesa, reclama que sua aparência não está boa e que o lugar nem sequer tem um secador de cabelo (HÁ). Soo Min aproveita a oportunidade para agradá-la e transforma miolos de papel higiênico em um babyliss caseiro. Pena que Jin Sook se decepcione depois de se embelezar toda e não receber nenhuma visita – nem mesmo a que esperava *cofParkcof*.

Quem na verdade ganha uma visitinha é a detenta encrenqueira. Olááá Soo! Ei, o que você faz aqui?! Ao que parece Soo pagou a detenta para dar um fim em Jin Sook e quer saber por que o trabalho ainda não foi feito. Ela reclama que está esperando a hora certa, mas vai terminar o serviço logo.


Enquanto as outras detentas assistem televisão – hei, olha é Padam Padam! Mas pera um pouco, tem TV à cabo na prisão? – a Assassina de Aluguel aproveita para armar sua jogada. Ela espera todas dormirem para atacar Jin Sook, mas Soo Min evita o pior e as duas se engalfinham pelo chão.

Por um momento a briga é apartada por Jin Sook que deixa claro o que pode fazer com a detenta encrenqueira e tudo parece resolvido, mas Assassina de Aluguel não se dá por vencida e vai para cima de Soo Min que se defende com a placa de metal afiado que a outra deixara cair, cortando-lhe a garganta. Soo Min vai parar na solitária, as mãos cheias de sangue.


Num pojangmacha, Det. Kim encontra-se com Soo e ele reclama que toda a informação que ele dera só tinha a ver com Cheo-ul e atualmente, a única pessoa que se daria bem com a queda de Cheo-ul é Park-sa, portanto, Soo deve conhecer Park, sim, ou com certeza?

Soo se faz de desentendido (ele faz uma piada idiota sobre um “Kim ‘Park-sa’” e o robô Taekwondo, que basicamente é o nome do detetive e do ator que empresta a voz para o filme de animação do robô) o que irrita Kim, ameaçando-o. Soo então revida lembrando-o das vezes que Kim o procurou implorando por dinheiro e como Soo foi quem acabou expulso da escola quando deveria ter sido o detetive. Então, isso quer dizer que vocês são amigos? 


Yi-bbal aparece para fazer uma visitinha a Joo Young (a amiga de Soo Min que por sinal conhece o segurança misterioso de Park-sa), mas em seu lugar encontra Segurança Misterioso e o próprio Park-sa esperando-o. Os capangas de Yi-bbal não são páreo para as habilidades de Park e Yi-bbal se vê numa pior.


Calma, minha vez.

Eu adoro essa parte onde Segurança Misterioso faz menção de se levantar e Park faz um sinal para que ele fique quieto e assim que os homens partem para cima deles, Park-sa sozinho se livra de todos.

Ele quer saber como foi que o traficante chegou até Jin Sook, usando o coercivo método de quebrar pés e mãos, mas é somente quando está prestes a receber um chute naquele lugar que Yi-bbal confessa que Nang Mahn – o tiozão do rabo de cavalo do episódio 2 – foi quem os apresentou.


E lá vem ele na próxima cena com Safari e Eun Soo, chegando ao cafofo de Kim Bbong. Safari quer saber como ele conseguiu escapar naquele dia e Kim Bbong relata a interferência de Kyung Mi e sua saída estratégica. Kim por sinal fica surpreso ao saber que Park matou a policial, mas Safari parece cismado com algo, afinal ainda não é certa a morte de Park-sa, e ele parecia contar com isso.

Ele telefona para Yi-bbal e quem atende é Park. Os dois trocam ameaças sutilmente disfarçadas de amenidades. Imediatamente após encerrarem a ligação, os dois providenciam a próxima jogada. Safari entra em contato com Comissário Kang para rastrear um telefone e Park manda que Yi-bbal se entregue para a polícia.


Superint. Min vai até a unidade informar que Yi-bbal pretende se entregar dizendo ter informações sobre Jin Sook e é recebido com a descoberta sobre Ten. Suh estar vazando informações. Hyung Min, no entanto, não revela todos os detalhes e diz que irá resolver o problema como lhe convier, assim como Min  prometera quando ofereceu o cargo.

Em seguida os policiais saem para onde está marcado o encontro com Yi-bbal, e Hyung Min avisa a Ten. Suh que ela irá com eles no lugar de Kyung Mi, mentindo que o traficante é uma mulher. Comissário Kang chega mais tarde a unidade e ao descobrir aonde todos foram repassa a informação para Safari, neste momento ainda reunido no cafofo de Kim Bbong.


A Polícia cerca a fábrica desativada (o local do encontro) que muito parece com o mesmo lugar onde Det. Lee morreu. Desobedecendo as ordens de Comissário Kang, a unidade permanece no local e Hyung Min recria o que aconteceu na noite do assassinato de Det. Lee, literalmente atirando na policial para que ela confesse o que sabe.

Ela implora para que ele deixe-a ir. Ele a acusa de ser culpada pela morte de Kyung Mi e manda que ela telefone para quem ela está trabalhando secretamente e peça que ele a salve. E finalmente a policial descobre que estava sendo grampeada. Uh, tinha um batom esquisito na sua bolsa e você não notou? Que diabos mulher, você tem tanto batom assim? 


Kim Bbong e Cia. chegam à fabrica nesse momento e encontram Ten. Suh tentando escapar. Depois de algumas ligações ele recebe o “ok” para matá-la, porém Hyung Min evita tudo atirando nas duas pernas do criminoso. O resto da equipe invade o local e prende todo mundo. Menos Yi-bbal que tem a má sorte de ser encontrado primeiro por Eun Soo que lhe corta a garganta.


Hyung Min encontra o corpo ensanguentado do traficante e não satisfeito continua procurando por mais gente e acaba notando a trilha de sangue que Kim Bbong deixara para trás quando tentava fugir e deu de cara com Park-sa. As reações de Park e Bbong são ótimas.


Mesmo chovendo do lado de fora, o policial consegue seguir os rastros de sangue que o levam até Kim e sua consequente afirmação de que Park está no local. E novamente tenho a impressão de que estamos filmando um CF de perfume pela forma sexy e misteriosa como Park-sa aparece andando na chuva.




Infelizmente Hyung Min o alcança e atira algumas vezes em sua direção, errando por bem pouco e de propósito, imagino eu. O policial pergunta se ele é Park-sa-adeul enquanto Park levanta os braços e permanece de costas sem responder.



COMENTÁRIOS

Uma coisa é certa; ninguém está a salvo nessa cidade. Provavelmente o fato de estarmos em um drama essencialmente e respeitosamente noir, no melhor sentido da palavra, com aquela sensação densa e a perpetuação da tensão que ora é desespero, ora é suspense, ora é simplesmente o seu coração batendo na velocidade da adrenalina escorrendo pelo seu pulso, é o que provoca em nós uma eterna posição de alerta.

Graças a produção que tem feito um trabalho muito bom, não só na trilha que é sim impecável, mas também no trabalho de continuidade (reparem nos ferimentos), de iluminação (as sombras, as cores) e tantas outras coisinhas que acho que nem tem nome, consigo assistir ao drama, me sentindo dentro dele, caminhando pelas fábricas abandonadas de Seul sentindo que estou caminhando em direção à desgraça. Que de fato, nem sempre é desgraça, e não por questões divinas e da natureza, mas sim porque homens que somos, confiamos demais em nossas habilidades de ser superior.

A Polícia é o melhor exemplo, acho que nem preciso explicar. Como personagem, Hyung Min teria minha compreensão em maior quantidade se não usasse seu luto para justificar sua brutalidade – o que pode até ser verdade, na vida real quero dizer.


Bem entendo que o rapaz esteja passando por aquela fase do luto onde se pragueja contra o mundo e se culpa a tudo e todos pela perda, menos a si mesmo. Talvez seja essa negação total da própria culpa que esteja evitando que eu mande a personagem à merda, mas pode ser que essa desculpa não dure muito visto que o policial agora resolveu sair atirando em pessoas que mesmo se provando corruptas, continuam sendo inocentes em todo o resto (até que se prove o contrário, óbvio).

E falando nisso, eu tenho que dizer, o roteirista Yoo Sung Yeol está fazendo algo interessante em nos dar mais e mais personagens secundários com um vida própria com que nos importar. Uma coisa e nos dizer hei, esse é o nosso elenco e passar vinte e tantos episódios ignorando a todos com exceção do quarteto central.

Não é sempre que temos a oportunidade de ver o quão importante elas são para o andamento da história. Pegue Tenente Suh e Detetive Kim. A primeira vive 24h na tensão de ser uma agente dupla, ferrando com o trabalho árduo que ela mesma se comprometeu a promover quando se tornou policial (ainda que para fazer trabalho de escritório, na maioria das vezes), constantemente temendo ser descoberta.


O momento que ela responde ao superior que não deseja mais fazer esse trabalho nos prova como foi difícil para ela fazer esse jogo. No mesmo patamar está Detetive Kim, que além de estar sofrendo pela perda de Kyung Mi - seu amor não correspondido - ele ainda vive com a culpa de ter que compactuar com aquilo que deve combater; o crime, a corrupção, o tráfico.

Mais interessante ainda é saber que a sua ligação com o submundo vem através de Soo e de uma ligação que os dois dividem desde jovens, alimentando e aliviando ao mesmo tempo o sentido da culpa. Veja que a dicotomia está em se sentir culpado tanto por se beneficiar do dinheiro das drogas que deve combater como por aceitá-lo e ainda contribuir para sua expansão vendendo informações para o homem a quem ele tem uma divida de gratidão muito grande.

Os outros personagens acabam se comportando da mesma forma, adaptando-se as situações, seja para fazer o trabalho que devem realizar, para manter o status que lutaram para conseguir, ou simplesmente para acordar no próximo dia não necessariamente são ou sequer a salvo, apenas vivo.

E nesse momento acho que Park-sa-adeul deve mesmo estar testando os limites de ambos seu corpo e mente, pois além de fazer todo e qualquer serviço pessoalmente, ele acaba se colocando em situações em que ele coloca sua vida em jogo, seja confiando demais em si mesmo ou desconfiando demais de todos. Seja como for, ele não perde o estilo, e sai hoje como vencedor no quesito “‘tô ferrado, mas ‘tô gato”.




A trama desse terno é a coisa mais linda.

E Eun Soo, aquela psicopata, apesar de ser completamente louca, sabe se vestir. Quero esse senso de estilo quando eu crescer.


E obviamente, Soo, que ficaria bonito até usando vestido de chita.


 Fonte: jTBC/moojeong
 
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