Sangue
Bom
chegou ao seu derradeiro fim e o sabotador, ou no caso os sabotadores (a
mandante e o pau mandado panaca), foram descobertos, e desculpa a falta de
modéstia, mas acertei a mandante! A Malu (Fernanda Vasconcellos) ficou, graças a Deus, com o Maurício (Jayme Matarazzo),
e o Bento (Marco Pigossi) e a Amora (Sophie Charlotte) parecem que vão conseguir construir uma nova história.
Já
até estreouAlém do Horizonte, "sua nova descoberta das 7h” (rs), e só agora, por
motivos de estar fora do ar pirando com o TCC, é que vou falar sobre a trilha
sonora de Sangue Bom que, venhamos e
convenhamos, como diz a mamãe, é SENSACIONAL. Foi, com certeza, uma das coisas
mais acertadas da novela. Lançada de uma só vez em junho, contando com três CDs, dois com os sucessos nacionais e um com os internacionais.
Só de olhar para o
catálogo de músicas nacionais e internacionais dá pra sacar que a trilha sonora
é bem eclética. Entre os sucessos tupiniquins tem MPB, tem pagode, tem “Camaro
Amarelo”, tem até Mulher Mangaba, a querida Brunettý, na verdade a atriz Ellen
Rocche, intérprete da funkeira e mulher fruta. E entre as faixas gringas temos alguns
clássicos regravados no meio de uma playlist de pop atual. Coube até Justin
Bieber com All Around The World.
Como as três compilações juntas têm mais de
40 músicas, ficaria extensivo e excessivo falar de uma por uma, então não
seguirei o modelo de análise que a Fangirl costuma usar. Assim, eu preferi destacar as músicas de acordo com o que eu
queria e, às vezes, precisava falar.
Primeiro, quanto ao resgate de muitas músicas antigas, seja com uma nova versão rítmica ou não.
Segundo, sobre a suavidade de determinadas canções. Impressionou-me serem
suaves sem caírem na chatice (não me batam, por favor) da Clarice Falcão ('tô'
usando ela só porque ouvi gente reclamando dela e tal, e foi a primeira pessoa
que me veio a mente pra comparar). Ou da Tiê que eu realmente não tenho
paciência para aturar, por exemplo. Consigo me sentir embalada pelas músicas,
sem analisar letra, ou pensar no eu-lírico e tal... Terceiro e último, mas não
menos importante, é quanto a marca que acredito que a trilha e a novela tenham
deixado. Não sei se sou só eu, mas quando ouço na rádio algumas músicas lembro
imediatamente da novela. E se vejo alguma arte que referencie a novela penso
logo em algumas músicas que compunham a trilha.
Toda
a forma de amor – Sambô
A música de abertura da novela é também a
primeira faixa do primeiro CD nacional e com certeza é uma das que marcou e foi
marcada pela novela, permanecendo no imaginário das pessoas por um tempo.
Escrita e cantada originalmente por Lulu Santos, a canção lançada em 1988
aparece aqui em uma versão pagode sobre a batuta do grupo Sambô, conhecido por
transformar clássicos do rock em samba e pagode, que ou você gosta ou você
o-dei-a. P'ra não cometer injustiças e, principalmente, pra não queimar a língua
depois (nunca se sabe o dia de amanhã), vou me limitar a dizer que, nesse caso
específico, achei sacrilégio tornarem uma música maravilhosa do Lulu em pagode.
Eu até ouço e gosto de uns pagodinhos, mas disso não gostei. Começa a tocar eu
ligo o Lulu na minha cabeça #prontofalei.
Composta por Jair
Rodrigues e cantada originalmente por Luciana Mello, essa música é uma
baladinha pop que com Thiaguinho ganhou a levada de pagode sem perder a
suavidade original. Dessa eu até gostei, e tem outro motivo, a letra faz pensar
em como a gente se sobrecarrega de coisas desnecessárias e em como poderia ser
interessante se livrar disso e aproveitar uma vida mais leve, mais feliz. É uma
música que faz muito bem ouvir, não importa a versão, e com certeza vai fazer você se lembrar da novela.
Até
Pensei – Thaís Gulin
Música de 1968 de Chico
Buarque regravada por muitos artistas e para a trilha sonora de Sangue Bom ganhou uma nova intérprete,
Thaís Gulin, que por sinal tem uma linda voz. A canção manteve a suavidade de cantiga tanto da versão original quanto da versão, por exemplo, de Nana
Caymmi. É a mais fina flor da MPB.
Composição da própria
Monique Kessous, de longe a minha favorita desse CD. Não sei explicar o porquê,
só sei que adorava quando ela começava a tocar na novela. Por mais que a
suavidade venha acompanhada de uma letra meio triste, essa música não me afeta
pra baixo, pelo contrário, entro em uma calma imediata e profunda. E não estou
nem tentando analisar a letra, apenas sou levada pela melodia.
Não é o primeiro novato
nessa trilha, mas com certeza é o que mais teve e vai ter visibilidade. É uma
das músicas que mais está associada à novela, uma das mais tocadas nas rádios
e, medindo pela quantidade de celulares que tocaram perto de mim com “Vou caçar
mais de um milhão de vagalumes por aí / P'ra te ver sorri, eu posso colorir o
céu de outra cor...”, uma das mais baixadas. Tema da marrenta Giane (Isabelle
Drummond), a música é solar, alegre e bacana, apesar de ser um pouco
chicletinha, mas chiclete por chiclete, temos outros nessa trilha (o que não
vem ao caso)
Mais uma canção que na
minha opinião marcou e foi marcada pela novela. Eu sinceramente não consigo
ouvir essa música no rádio, no shopping e não pensar na novela e,
principalmente, na Amora e no Bento, nos momentos de cumplicidade dos dois. Uma
composição da própria Roberta Campos que compõe o CD de 2008 da cantora e que
combinou muito com a novela.
Composta em 1975 por
Cazuza, essa música nunca cantada por ele, ganhou forte e belíssima
interpretação com Ney em 1998. Provavelmente, é a música que mais me
afeta tristemente e não consigo explicar o porquê. Só sei que me angustia.
Lembro que assistir ao núcleo Perácio (Felipe Camargo), Rosemere (Malu Mader) e
D. Glória (Yoná Magalhães), era sempre doloroso. A história deles já era complicada
e a música dava um tom de ilusões despedaçadas, de presente fracassado devido a
muitas decisões erradas do passado, que era a realidade do núcleo.
Rita Lee e Roberto de
Carvalho, seu marido, compuseram essa canção que integrou a trilha sonora do
filme Dias Melhores Virão de Cacá
Diegues, de 1989, e do qual a própria Rita participou. Tema da vilã-mor fútil e
canastrona Bárbara Ellen (Giulia Gam), a música me faz pensar nas marchinhas de
carnaval de antigamente, e até mais, me faz imaginar um belo baile de carnaval,
daqueles de antigamente que ocorriam em sedes sociais de clubes da alta roda da
sociedade. rs
Primeira faixa do segundo CD é outra
desnecessária versão pagode de mais um pop rock nacional incrível sob a batuta
de Sambô. A opinião é a mesma que a registrada em Toda Forma de Amor, uma música sensacional de uma banda mais
sensacional ainda, Titãs, lançada em 1989. Mas tem uma coisa que esqueci de
falar antes, como sou do tipo que procura encontrar uma coisa boa num troço
ruim, acredito que o fato de fazer parte da trilha de uma novela deu
visibilidade e possibilitou que até sem querer algumas pessoas pudessem
conhecer as versões originais dessas músicas incríveis de pessoas mais
incríveis ainda.
Mais uma regravação que manteve a suavidade, apesar de possuir uma batida
um pouco mais forte devido à bateria, da composição de Isolda e Eduardo Dusek e
que foi sucesso na voz de Simone, lançado em 1995.
Essa vem do primeiro CD
do bem-sucedido projeto do casal Pitty e Martin Mendezz, Agridoce, que parece
ter futuro. A música é outra que se destaca por sua suavidade que contrasta,
mas ao mesmo tempo, não sei explicar o porquê, combina com a voz grave da Pitty.
Outra que está na minha
caixinha de favoritas é essa regravação de responsabilidade de Luize. Música de 1974, composta por Carlos Walker, também
conhecido como... e que integrou a trilha sonora da novela O Espigão, também da Rede Globo. Para
quem não se lembra, Cídia participou do programa de descoberta de novos talentos
musicais Fama.
Mais uma música que
originalmente foi lançada há anos, mais especificamente em 1988 no álbum Você Não Precisa Entender (qual o número do CD, por exemplo, o quarto da carreira do
Capital Inicial). Essa versão que compõe a trilha da novela é,
provavelmente, a mais conhecida, a do Acústico MTV que saiu em 2000.
Das canções suaves que
fiz questão de destacar talvez essa seja a mais enjoadinha, porém ainda não
consegui pegar ‘reiva’, como diria Adoniram Barbosa. E digo isso porque pra mim
essa composição da própria intérprete em parceria com Alan Athayde exige
algumas notas que de vez em quando arranham no ouvido, como se a cantora
estivesse desafinando.
Samba-funk que não diz
absolutamente nada, mas entrou nessa lista só pelo fato de ser de 1999 quando
Leandro Lehart e o grupo Art Popular significavam a mesma coisa pra mim :P
Composição de
Gonzaguinha que integrava o disco de mesmo nome lançado em 1980, e que ganhou essa
interpretação marcante com Nana. Pura MPB. Só isso que tenho a dizer.
A primeira faixa do CD
internacional é um indie rock (ou indie folk) que também entra no quadro das mais
tocadas nas rádios e, claro, é mais uma que está intimamente associada à
novela. Não dá para ouvir e não lembrar das artes gráficas, dos personagens ou
de algum momento específico.
Assim como a anterior e a
próxima, essa música também carrega a marca da novela, assim como a novela se
deixou marcar por essa canção. É mais uma que quando toca fica impossível na
pensar em Sangue Bom.
Não acho que seja fácil
eleger uma entre essas três últimas músicas como a que mais se destaca por
fazer pensar na produção, porque sinceramente é páreo duro essa disputa. Essa é a
mais dançante entre as três, com certeza, mas nem por isso posso dizer que seja a
mais alegre e solar, pois estaria desconsiderando que as outras duas são tão
alegres e envolventes quanto esta.
Regravação
da mais que estourada composição de Diane Warren e interpretada tão magistralmente por Celine Dion que concorreu ao Grammy Awards e ao Academy Award (o Oscar,
leso/a) em 1995. Sabe como é, aquela melosidade, você acaba lembrando da Dion e aí se você não gostou da música naquela época e/ou não gosta da Dion,
não vai conseguir aturar. Tô mandando logo a real, não pense que é grosseria.
A
música é a faixa bônus do CD de 1998 do cantor. E apareceu novamente no CD de
1999. Aqui aparece em uma versão de estúdio.
Sou do tipo que cantarola tudo quanto é música, das minhas favoritas até as mais baixas-horrorosas-que eu não suporto. E se estão nas novelas que eu assisto, piora. Mas nunca tinha tido uma identificação tão grande e intensa como aconteceu com a trilha sonora de Sangue Bom.
Sangue Bom foi ao ar pela Rede Globo no horário das 17 hrs.
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